FEVEREIRO 2016 – Duas Travessias no mesmo dia! Chile e Argentina (23ª Viagem)

FEVEREIRO 2016 – 2 TRAVESSIAS NO MESMO DIA, CHILE E ARGENTINA (23ª VIAGEM)

Dia 1 – 16 de fevereiro de 2016 –

A Viagem Inicio o diário de bordo, no Terminal 3, aeroporto de Guarulhos, as 9h07 do dia 16 de fevereiro de 2016. Embarcamos em Floripa, eu Valdinei, Osni, Vitoria e Patrício. Sem citar nome, um dos colegas apareceu com uma carteira de identidade que mais parecia uma “carne seca” foi lavada junto com a roupa!!! Por sorte, achamos uma pequena loja que fazia plastificação, a moça, fez uma verdadeira cirurgia plástica na carteira!!!! Atenção futuros viajantes, a identidade deve estar em ótimo estado com menos de 10 anos. Em são Paulo, logo encontramos o Assis MMM, a Neusa Milhas e a Lurdinha Passaporte!!! Todos juntos, esperando o 767 para Santiago!!!

Um vôo muito suave até Santiago, as cordilheiras ainda mais belas, com o sol iluminando os picos com neve! Na chegada a Santiago, tivemos uma missão, comer um grande carregamento de torta integral de banana, das boas, feitas pelo Valdinei para a viagem!!! Como no Chile não é permitido alimentos em natura, todos como formigas devoramos a torta em poucos minutos! Nem precisamos jantar hoje!!!! Aguardando o vôo para Puerto Montt!!! O simpático Luis, nos esperava com sua van para nos levar ao hotel. A mochila de um dos colegas foi rasgada, ele ganhou 30 dólares de indenização! Logo que chegamos a cidade de Puerto Montt, vimos uma padaria que vendia empanadas, por sorte era bem pero do hotel. Foi nosso primeiro destino gastronômico, com deliciosas empanadas chilenas. O hotel era bem pequeno, mas foi do agrado de todos, nosso “alojamento”, eu com mais 3 colegas esta muito divertido com muitas historias contadas e muitas ainda por contar…..

Dia 2 – 17 de fevereiro 2016

Acordamos as 7 horas, com um “teco- teco”(pequeno avião) que não decolava (ronco),
são 3 os suspeitos…
O café da manha muito bom, com uma moça bem simpática que fazia “huevos revueltos” para todos!
Luis nos esperava para passearmos pela região. Passamos rapidamente pelo centro de Puerto Montt, e seguimos até a bela Puerto Varas.

Uma bela cidade com arquitetura bem peculiar, muita madeira revestindo casa e prédios. Tivemos o primeiro contato com água, temperatura por volta de 19 graus. Seguimos o passeio até o os Saltos de Petrohué. Fomos almoçar em um espetacular restaurante, Don Salmon, “tenedor livre”, nosso bufet livre, muita comida e sobremesa boa!
Com o real derretido, foi um pouco caro, mas aprovado por todos!!!
Subimos parte do vulcão Osorno de van, 3 de nossos colegas subiram de teleférico, até aproximadamente 2,2 metros, um frio de rachar, 6 graus e sensação térmica abaixo de zero.
Demos a volta no lago Llanquihue, chegamos até Frutillar, uma pequena vila a beira do lago com colonização alemã.

A noite saímos para jantar, comemos um prato típico, uma Pichanga, parecido com uma tabua de frios com batata frita, estava ótimo! Ninguem pode deixar a região sem comer uma pichanga….

Dia 3 – 18 de fevereiro 2016

O café da manha foi marcado por um colega, que se confundiu, pegou um ovo cru, pensando que estava cosido, colocar em uma caneca e sacudir…. Sem citar nomes e sem comentários, não é morça….kkk Um dia para caminhar por Puerto Montt, conhecemos a bela catedral feita de madeira, e fomos ao shopping, que fica a beira mar, almoçamos na praça de alimentação, para todos os gostos. Nos encontramos com Cleber, nadador de Brasília que mora em Puerto Montt.

Caminhávamos pela beira mar, começa a chuva, quando nos abrigamos, em uma marquise, um casal de argentinos veio perguntar se podiam tocar uma musica pra nos, aceitamos! Ele cantou uma musica, foi expulso do local, do lado de fora eu pedi para ele cantar Musica Ligera da banca Soda Stereo, agradou a todos, ganhou uns trocados e seguimos viagem!

Como a chuva voltou, decidimos voltar ao hotel, pegamos um ônibus urbano, que nos deixou na rua seminário, mas o “pessoal” foi para o lado errado da rua, andou uns metros a mais!

Eu, Valdinei e Osni, saímos pra correr, fomos até o belo mercado Angelmó, com muitas bancas de peixes variados, mariscos defumados. Para a janta, 1, 2, 3, empanadas outra vez!!!

Dia 4 – 19 de fevereiro 2016

Acordamos cedo, as 7h20 partimos para Puerto Varas, lugar de partida do aguardado Cruce Andino. Alguns pequenos ajustes em nossa confirmação, uma de nossas companheiras viajou clandestina, mas isso é assunto interno, abafa o caso!!! O primeiro trecho da viagem, o ônibus percorre as margens do Lago Llanquinhue, faz uma breve parada para a melhor vista do Vulcão Osorno.

Chegamos até os Saltos de Petrohué, apesar de já termos passado por ali, decidimos descer porque dessa vez não tinha a horda de turistas da outra vez.

Mais 6 km de ônibus até o Lago de Todos os Santos. Um belo catamaram com capacidade para 200 passageiros navegou pelo espelho d’agua do lago, com a visão dos vulcões, Osorno, Punteagudo e do Cerro Tronador, divisa natural entre Chile e Argentina.
O lago de cor esmeralda, é cortado pela força do catamaram.

Um passageiros desce do catamaram no meio da viagem, é recebido por um pequeno barco, eles moram em uma pequena comunidade que, o único meio de chegar as cidades próximas é o catamaram. A bela imagem do vulcão Osorno com sua neve eterna, fascina a todos! Outra cena que impressiona é o helicóptero que faz passeio em Peuilla, vem até o barco e fica a 30 metros de distancia para “provocar” os visitantes para investirem R$ 1.000,00 no passeio. As 13h45 chegamos a Peulla, uma vila de 120 habitantes, um restaurante, 1 hotel e uma casa de empanadas, com o nome de El Remanso, impossível não lembrar dos amigos da Fazenda Remanso em Piranhas, Alagoas.

O casal dono da casa de empanadas, tem uma filha, perguntei sobre escola, eles disseram que tem uma escola com 4 alunos, a moça corrigiu na hora, dizendo que tinha 6, um aumento de 50%!!! Sentamos em uma grande mesa de madeira fizemos um pic-nic, sempre pressa…

Caminhamos pelos belos jardins da pequena, bela e isolada Piulla. Na hora marcada aparece um pequeno ônibus que nos levaria mais adiante. Em 1 minuto de viagem paramos na aduana chilena, carimbamos os passaportes, e seguimos viagem, passando por uma fazenda de gado, que conta com um pequeno aeródromo, que deixa a disposição da população a possibilidade de ter um avião resgate que chega em 20 minutos, alem da lancha ambulância para casos de menos urgência. O ônibus era 4×4, para nos (e)levar de 200 a 976 metros do nível do mar, em poucos quilômetros, por uma estrada de terra muito sinuosa, daquelas que na curva da pra ver a placa de trás do ônibus. No topo da montanha, o ônibus parou para nos mostrar o marco oficial da divisa dos países, uma placa de ferro, de um lado escrito Chile do outro Argentina.
Chegamos ao destino, Puerto Frias, aduana Argentina, estranhamente com a aduana chilena, composta por simpáticos agentes públicos, coisa incomum. A partir desse momento a empresa muda de nome e de dono, passa a ser uma empresa Argentina, um barco diferente, não menos interessante, navega no Lago Frias por 40 minutos até Puerto Alegre, apesar do nome, um porto triste, sem moradores, somente alguns barcos. Deixa de ser o simpático guia Chileno, formal e inteligente, que falava português, para ser uma moça, “espivitada” que deixava de dar as informações necessárias. Entramos em outro ônibus, em poucos minutos estávamos em Puerto Blest.

Um hotel com restaurante anexo, são, única construção no pequeno porto. Uma meia hora pra fazer um lanche, apareceram dois barcos, grandes, uma pequena confusão no embarque pela falta de informação, o que não acontecia no lado chileno. Iniciamos a navegação pelo grande e ventoso Lago Nahuel Huapi. Nosso “mocó” (cantinho) foi uma espécie de camarote na popa do barco, sofás de forma arredondada que nos deu uma aconchego, mesmo porque lá fora estava frio!

Pouco mais de uma hora de mais uma bela paisagem chegamos a Puerto Pañuelo. Antes de aportar, veio a informação que a van que eu contratei já nos esperava, o simpático Sebastian nos recebeu falando português. Ele repetiu o que já tínhamos escutado, em julho a cidade de Bariloche, vira Brasiloche, ele disse que 70 mil brasileiros invadem!!! Bariloche seria para outra viagem, mas o nosso amigo passou pelo centro da cidade para ter uma noção de como é a cidade, nosso destino era Vila La Angostura. Contatos telefônicos nos levaram ao ginásio, local de alojamento, ao conversar com o remisero Miguel, ele comentou que sua mãe tinha um apartamento ara 6 pessoas, era tudo que precisávamos, ficaram por lá 6 de nossos viajantes, eu e o Valdinei ficamos no alojamento com aproximados 30 beliches, tínhamos que ter essa experiência para passar para os que vierem em próximas viagens. O ginásio tinha calefação, mas… na madruga desligaram a calefação, ops!

Dia 5 – 20 de fevereiro 2016 – 2 Travessias em 2 países no mesmo dia!!!

Eu e o Valdinei acordamos cedo com o movimento dos 30 nadadores alojados ali. Saímos a procura de um Kiosco (pequenas vendinhas) todas fechadas!

Logo chegaram os colegas com o Remis (um tipo de taxi que não pega passageiros na rua), fomos direto para Lago Espejo (espelho) para nossa primeira aventura do dia! Uma bela praia (para o padrão andino) areia grossa de cor escura mistura com cinza do vulcão Calbuco do Chile, que entrou em erupção em abril de 2015, cujas cinzas chegaram até Florianópolis. Os argentinos nos receberam muiiiito bem!

Meu novo amigo Andres, que era meu contato e me ajudou a organizar nossa estadia em Vila La Angostura. Aos poucos foram chegando os 170 nadadores, ninguém entrava na água, sinal de uma água fria!
Para nossa surpresa, a água não parecia fria, pelo menos na beira. Todos, 100%, estavam com roupa de neoprene!

As primeiras provas infantis e iniciantes foram realizadas! Eles não tem buzina, era no grito, eu ensinei locutor a fazer o som de buzina com a boca, ele fez, ficou bom! Todos saiam da água, tremendo e felizes!!!! Estava chegando a hora da nossa prova de 1500 metros, como toda estréia, um friozinho na barriga! Era nossa e minha estréia, nos lagos andinos! Deu a largada, eu e a Lourdes, deixamos todos largarem e saímos tranqüilos, nas primeiras braçadas já estava difícil respirar, pensei inicialmente que era do frio, mas a água estava agradável, depois de 200 metros, percebi que a roupa estava me impedindo de respirar, pedi ajuda ao caiaqueiro Sergio, me apóie no caíque e retirei a roupa, no primeiro momento deu uma geladada, mas logo depois foi ficando agradável, uma sensação boa! Continue com a respiração livre e uma água que não parecia estar 17,5 graus como anunciado no microfone. Claro que a Samanta (essa manta de gordura, de meus 15 kilos a mais) ajudou, mas as pessoas se apavoram sempre com água menos de 23 graus! Seguimos a caminho da primeira bóia, com o prazer de nadar em uma água de um azul profundo, não era possível ver o fundo, mas a água era transparente! Me senti um franco, mas não era parente do meu amigo Luis Franco, era um franco, um “baleio” franco (por favor respeitem, e não riam…), mergulhando na imensidão azul! Alem disso, olho pro lado vejo uma nadadora, que não citarei o nome para preservar a identidade (ta bom Lourdes?) nadando um nado orca, prefiro não descrever os detalhes do nado, que ainda não foi registrado ainda, cada vez que ela levantava a …., eu relaxava dando risada!!! Combinei com a Lourdes que chegaríamos juntos, bateríamos o sino da chegada ao mesmo tempo, mas ela tentou me dar um golpe, deu uma corridinha antes, e tentou ganhar de mim, eu corri e nós nos jogamos, e protagonizamos a cena mais….. …RIDÍCULA de todo o evento!!!! Nãooooooo!!!!
Todos saímos muito satisfeitos com tudo que sentimos! Eles serviram um ensopado de lentilha no final, delicioso, rapidamente recuperou a energia gasta na prova!
Nossos remises (plural de remis) estava nos esperando, tivemos que sair as pressas, no momento da saída foi me despedir do amigo Andrés e perguntei se nossos colegas tinham pegado podium, ele disse que sim, ficamos mais um pouco. Eles fizeram a gentileza de premiar nosso grupo antes, Neusa ficou em segundo na categoria, Osni, também segundo na categoria, Patrício alem do segundo na categoria, recebeu o troféu com o maior(em espanhol) da Travessia, ou melhor, o mais velho!

Seguimos viagem, primeiro obstáculo era a sempre demorada aduana argentina, passamos rápido, seguimos para o limite, a divisa real entre os países, lá teoricamente estaria a van nos esperando, não estava, mesmo com nosso atraso em 1h. Decidi que o remis, nos levaria até a aduana chilema, ele cobrou a mais, nessa hora, não da pra ficar pensando no dinheiro, e sim na solução. A 1 km da fronteira, uma fila de carros, deixemos e seguimos viagem caminhando, paguei, agradeci aos motoristas e seguimos pra frente, sem olhar pra trás! Todos olhavam 8 mochileiros, maleiros, já com uma “certa” idade, já que os mochileiros que passavam por ali, eram todos com seus 20 e poucos anos! Passei no primeiro controle, a moça perguntou: – Quantos caminhantes, eu respondi, 8, ele retrucou, 8? Fomos para o segundo controle, demoramos uns 20 minutos, seguimos para o terceiro e a revista de mochilas, foram colocadas encima de uma mesa, um lindo labrador veio cheirar, duas mochilas foram reprovadas, com caroços de frutas, os chilenos são bem rígidos, não entra nada de origem vegetal e animal, lição aprendida para as viajantes! Até esse momento não tínhamos certeza de a van nos esperava no lado chileno, de longe vimos uma van branca, gritamos – Valdivia? O motorista fez sinal positivo, ufa estávamos salvos!!!
Em poucos minutos estávamos a caminho de Valdivia, nosso simpático motorista o Pablo, disse que ficássemos tranqüilos que chegaríamos a tempo na Travessia! As 19h15, estamos em casa da mãe do Professor Alex, nossa hospedagem, também em cabanas perto da nossa casa, lar da Vitoria e do Osni! De taxi fomos para o local do evento, para a surpresa de todos, o evento era no principal ponto da cidade, com muitas atrações, tudo comandado brilhantemente pelo amigo Alex. Reencontramos com Cleber e sua esposa. Tudo ia bem, retiramos os kits, reencontrei os amigos que estiveram em Floripa para participar da Travessia na Lagoa do Peri, de repente, não mais que de repente, a poucos metros da chegada da Travessia, dois lobos marinhos, com aproximados 500 kilos cada um, descansando ali, ali!!!!!

Para os chilenos, pareciam dois pequenos cachorros e rua, eles nem olhavam! Vou confessar, eu apavorei!!! Me perguntei, como assim? Inicialmente não quis perguntar aos chilenos, para não sofrer buling marinho….k Tente me auto disfarçar do pavor, mesmo porque, não queria contagiar os demais! Bom, chegou a hora, chega os micro ônibus que nos levariam a outra ponte, local de largada. Antes de subir no ônibus, eu e o Osni, nos perguntamos: – O QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI…..?
Todos com um bastão de neon preso na touca, na largada, antes de descer o barranco do rio, ganhamos mais uma pequena lanterna para ser colocada dentro da touca. Cai na besteira de perguntar ao Alex sobre os lobos marinhos, ele disse sem titubear: – Fica tranqüilo eles já estão alimentados!!! Ahhh não!!!!
Descemos todos, eu fui o ultimo a entrar na água, mais uma vez, sem neuprene, deu aquela gelada inicial, mas logo ficou agradável, mesmo porque quando cheguei na linha de largada, já começou a contagem regressiva para a largada.

Comecei ao lado da Lourdes, em poucos minutos, éramos os dois nadadores com a melhor visão as prova, os últimos…. Alguns minutos depois a Lourdes imitou a Tuc Tuc na Turquia e disse: – Pode ir marco veio!!!! Bom, elas estava bem acompanhada pelo Professor de Canoagem Felipe e seu filho, eu segui em frente!

A prometida corrente a favor não apareceu, passou tudo pela cabeça, pensar em tudo e em todos, na minha mãe, no meu filho, na Léia, mas com a visão dos barcos na outra margem, decidi que dedicaria essa façanha a meu pai seu Saul, o marinheiro, que se sacrificou nos mares do mundo e da vida para nos oferecer uma vida boa em Floripa pra a família. Eu respirando pra direita, não via as pessoas no calçadão, mas escutava os comentários e gritos de incentivo. Vi que a correnteza não estava ajudando, quando demorei para passar de uma garagem de barco na outra margem do Rio Calle Calle! Ahhh, no meio da prova veio a lembrança dos leões marinhos, mas o pensamento “sacana” me salvou! Antes de mim, uns 60 já passaram por ali, eu não seria a escolhido, o que poderia acontecer era eu se confundido com um deles….. Começo a ver de longe e a sentir o movimento aumentando no calçadão, opa, é sinal de a chegada se avizinhava! A chegada, ou meta como dizem os chilenos, era logo depois de uma curva. A iluminação ficava mais intensa, pergunto ao remador mais próximo: – Esta próximo, ele com o mais claro sotaque “tileno”:
– Esta cerca de la meta poe!!! (esse Poe parece uma abreviação de pois) Em qualquer língua e sotaque a noticia é ótima! Tentei dar meu máximo, o meu máximo é muito próximo, ou igual ao mínimo, mas o que vale é a intenção e o sentimento, no meu pensamento eu estava fazendo 1 minuto a cada 100 metros, certamente o dobro era pouco…. Bom, fiz a curva, vi o brilho da chegada! Poucas braçadas me separavam da segunda maior façanha de minha vida de muita experiência e poucas participações em Travessias, nadar 2 Travessias em 2 países no mesmo dia! Muitos gritos de incentivo, chego a “la meta”!!! Uma satisfação imensa poder cumprir com o objetivo traçado! No final o Osni me fez a pergunta: – Descobrisse o que estavas fazendo aqui? Respondi: -SIM!!!!! Posso dizer a todos, venham um dia a Valdivia, e a Villa La Angostura, nadar essas duas provas!!!! O frio que não veio, passou rápido, fomos chamados ao podium, receber a medalha de participação, e aplaudidos com por todos que estavam na praça! Só temos que agradecer ao “HERMANOS” CHILENOS! GRACIASSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!

Dia 6 – 21 de fevereiro 2016

Uma manha para descansar e recuperar emoções do inesquecível dia 20 de fevereiro de 2016! As 13h fomos passear, passamos na beira do rio, onde Alex finalizava a Travessia diurna, que é feita para o clube Portal Del Sol, nós não tivemos condições de fazer a terceira seguida!!!

A feira de peixe, poucos metros da chegada da Travessia, na beira rio, é ponto de visita obrigatório, alem da variedade de peixes e crustáceos exóticos, com destaque para o picoroco, uma craca gigante com aproximadamente 20 centímetros, uma iguaria chilena, também é a casa da colônia de lobos marinhos, aqueles, aqueles pequenos!!!! As bancas que limpam peixe, jogam no rio, um verdadeiro banquete diário para os bichanos, que de vem em quando nadam 15 km, para ir até o mar! Compramos os moluscos mais exóticos para fazermos uma janta, nosso motorista nos ofereceu para fazer um ceviche de ranheta, peixe da região! Nosso destino foi a calleta Piojo, uma estrutura que recebe eventos na beira do mar, demos sorte, era o dia de um festival de comida típica valdiviana! Cada um escolheu um kitute, eu provei as deliciosas empanadas de marisco! Dali andamos um pouco mais chegamos do Forte Niebla, uma fortaleza espanhola localizada estrategicamente na entrada do rio para resguardar a entrada de uma região estratégica. Valdivia foi umas das ultimas regiões do Chile que os espanhóis foram expulsos. Uma noite de frutos do mar com o ceviche do Carlos e o lambe – lambe (marisco com arroz cozidos juntos na panela) do Baldy!

Dia 7 – 22 de fevereiro 2016

Dona Judith, nossa anfitriã, nos conduziu de ônibus de linha até o centro de Valdivia, ultimas voltas, ultimas compras, ultimas empanadas… Alguns ainda não tinham comprado o presente de do tradicional amigo secreto. Mais uma visita aos nadadores peso-pesado de Valdivia, os lobos marinhos.
Alex disse que os adultos, nem chegam perto dos nadadores, o mais jovens tem curiosidade e dão uma olhadinha, mas nunca aconteceu nenhum acidente.

Quando os amigos chilenos estiveram em Floripa em outubro, conversamos sobre um possível encontro em Valdivia, comentei sobre comida típica, o amigo Carlos “prometeu” fazer na casa dele um Curanto de Hoyo, eu não levei como uma promeça… As 17 horas fomos para a casa do Carlos, ele vai fazer pra nos o Curanto! O prato que talvez tenha origens polinésias é conhecido no Chile pelos habitantes da Ilha de Chiloe, por isso conhecido como Curanto Chilote(de Chiloe). Carlos se mudou com a família para a ilha, em busca de um lugar com qualidade de vida pra morar. O ritual começa com abrir um buraco na terra, colocar umas 30 pedras redondas pequenas, seixos rolados ou pedra de rio, revestindo o fundo do buraco de aproximadamente meio metro de profundidade e um metro de diâmetro. Encima das pedras vai lenha, é feita uma fogueira por 40 minutos, quando estiver em brasa, retiram a brasa com uma pá, colocam o marisco de uma ostra chamada loco ou almeja, cobrem com uma planta de folhas largas com o nome curioso de sombrinha de pobre.

Atenção: Se forem fazer isso em casa, cuidado porque as pedras podes estourar e saírem
lascas! Encima das plantas são colocados pedaços de frango, carne de porco defumada, linguiça e batata inteira com casca, cobrem com outra camada de folhas, colocam um galho de uma planta para dar aroma e cobrem com um plástico grosso. Cobrem as beiradas com terra para não escapar a quentura.

OBRIGADO AO MESTRE CURANTEIRO CARLOS PETERS, A ESQUERDA!

Mais uma hora e meia de cozimento, começaram a retirar tudo, todos devem começaram a comer o marisco ali mesmo no buraco, depois foi levado para uma mesa dentro de casa, um verdadeiro banquete com o que foi cozido no Curanto e outras iguarias, como um bolinho de batata com carne, ceviche de alga e saladas.

O momento emocionante de nossa viagem o compartilhamento com os amigos chilenos, ao redor de uma fogueira, como se fazia a muitos e muitos anos…
Discursos emocionados marcaram a despedida!

Dia 8 – 23 de fevereiro 2016

Dormir até acordar, nos surpreendemos com a preparação de um almoço por nossa querida anfitriã Doña Judith! Amigos secretos conhecidos, delicia de frango com ervilha e batata. Como lembrança de nossos passos por Valdivia, deixei minha havaiana com o Alex e a Neusa, deixou a dela com dona Judith. Nossa 23ª Viagem para Travessia, terminou com o resultado muito melhor que o esperado, volto com estresse zero graças a um grupo excelente, coeso e muito divertido, só com um “pobrema”, esquecem de tudo, isso motivou o nome do grupo: – LOS OLVIDADOS” (os esquecidos)

OBRIGADO:
– Vitória, pela parceria e alegria de sempre!! 10 viagens juntos! – Osni, o puxador das viagens Travessias.com, quando decide a viagem sai! valeu “istepo” 10 viagens juntos! – Valdinei, mesmo com um pequeno acidente completou as duas Travessias com um braço, guerreiro é pouco! 10 viagens juntos! – Neusa Milhas, cuida de todos com carinho, a essência de sua profissão! 5 viagens juntos! – Assis, nosso mestre das águas, a alegria e humor faz a viagem uma diversão! 3 viagens juntos! – Patrício, nosso marinheiro de primeira viagem para fora do pais, companheiro de todos a toda hora, fala “pouco” e esquece tudo (não é dona Joana). – Lourdes, gargalhadas contagiantes, companheira de braçadas, chegadas e vexames….! Estou de volta pra casa outra vez! Nos vemos nas praias do mundos!
Fotos de Osni e Marcos Texto de Marcos Pinheiro