DEZEMBRO 2018 – Travessia em Cabo Verde – Caribe africano (38ª VIAGEM)

DEZEMBRO 2018 - Travessia em Cabo Verde - Caribe Africano (38ª viagem)

Diário de Bordo – DEZEMBRO 2018 – TRAVESSIA EM CABO VERDE – MORABEZA E CACHUPA (38ª VIAGEM)

 

Prefacio 


O nome Cabo Verde sempre foi ouvido no Brasil, alguns sabem que lá se fala português, a maioria dos brasileiros nem sabe onde fica.
Em 1998, após uma grande aventura, viajei pra Europa a bordo da Kombi, a Bumerangue do amigo Roberto Vaz, fomos para a Copa do Mundo de Futebol, França 1998.
Sim, morei nos MELHORES ENDEREÇOS DA EUROPA, dentro da Kombi.
Durante a festa pré-jogo, Brasil e Noruegaaquele que o “zé-galo”, dedicou a vitoria a um cantor, recém falecido e o Brasil perdeu…
Entre os muitos brasileiros que estavam na torcida, estavam três moças do Paraná, que moravam em Londres.
A Kombi era a referencia, porque tínhamos uma caixa de som que animava a torcida brasileira.
Eu usava um chapéu em formato de jacaré, também, um jacaré de piscina, cada um faz uma “mizura” na copa, para aparecer.
Entre as aventuras, destaque para o fechamento da Avenida Champs Elysee, mas isso é outra historia…
Fim da copa, fatídico dia 12 de julho de 1998!
Dia 17 de julho, meu aniversario, cruzei o Canal da Mancha, sonho de muitos nadadores!
Firam duas horas de muito “esforço” dentro de um ferry boat…k

Comentei com o Roberto, poderíamos ter ficado com o contato das meninas, eram muito animadas!
Um dia, estacionamos a Kombi, próximo a Oxford Street, uma das principais ruas de Londres, na volta do passeio, encontramos um bilhete, que dizia assim:
– Oi jacaré, olha pra cima, estamos aqui!
Eram elas, as animadas paranaenses, estavam a poucos metros de nos, trabalhavam em um restaurante.
Esperamos alguns minutos, elas desceram, foi muito agradável rever e reviver as historias da copa.
Elas embarcaram e fomos ate a casa onde elas moravam, nos arredores de Londres.
Entre os moradores da casa estava Felipe H., irmão do sócio do meu irmão, ficamos felizes com a incrível coincidência.
Conversei muito com o Felipe, que era um grande aventureiro.
O que isso tem a ver com nossa viagem a Cabo Verde, já chego lá…
Entre a viagem do Felipe, ele foi pra Rússia, a companhia russa aeroflot, tinha um vôo de São Paulo para Moscou, com escala na Ilha do Sal, Cabo Verde.
Felipe disse que, saiu do aeroporto, porque o tempo para a escala era grande.
Caminho pela agreste Sal, ele disse que, caminhou por uma região de areia, pisou em areia movediça, enterrou até o peito, ele achou que iria morrer,
desaparecer, conseguiu pegar um pedaço de madeira, e conseguiu se salvar…

Desde esse episodio, relatado por Felipe, Cabo Verde povoa meus sonhos mochileiros…

A “famosa” TACV, Transporte Aereo de Cabo verde, começou a voar para Fortaleza, essa chance aumentou.
A dois anos eu conheci Lorena de Cabo Verde, cada vez mais perto…

Em 2016, descobri a Travessia São Silvestre, desde então busco encaixar a viagem.
A referida companhia é, digamos, atrapalhada, muitos atrasos, mudanças de vôos, troca de datas,
mesmo aconselhado a não ir, por um amigo que já viajou pra lá, “fumu”.

Primeiro dia – 28 de novembro (quarta) – Encontro em Recife
A primeira “adrenalina”, foi tentar buscar na Academia A Fitiness em Capoeiras, Floripa, Santa Catarina, doações feitas por nadadores.
Contratei um motoboi para entregar no aeroporto, quando chegou, nos já estávamos dentro da sala de embarque, a Léia recebeu,
sai, ufaaaa, deu tempo!!!
Em Recife começa a viagem, encontramos as meninas na Lalá Café & Cozinha Afetiva, comida cara e boa!
Voltamos ao aeroporto, grupo completo com a chegada e Assis e Maria Lucia.

A primeira noticia no aeroporto não era boa, o vôo da TACV, nem tinha saído da Ilha do Sal ainda, atraso garantido.
Descobri que a empresa tinha mudado de nome, o novo nome é Cabo verde Air Line, deve ser para impedir que os caboverdeanos chamem de
Transporte Atrasados de Cabo Verde.
Hoje, as companhias aéreas não podem esconder as informações, porque, pela internet se descobre tudo!
O avião decolou da ilha do Sal, ufaaa!

Temos grande contadores de historias no grupo, Célio já mandou a primeira.
Ele conheceu um sueco no deserto do Atacama, Chile. Esse figura tinha 5 filhos com 5 mulheres diferentes, uma vez por ano, ele se encontrava com todos em Estocolmo.
O mais curioso da historia é que a “criatura”(como dizia o saudoso Ryszard Kowalski) numero 1, não conversava com a numero 2, só com a 3, a 2 não conversava com a 3, só com a 4, a 3 não conversava com a 4, só com a 5, a 4 não conversava com a 5….,porque?

Embarque, uma pessoa estava carregando a mala de outro, policia federal revistou, tudo certo, só moamba brasileira para Cabo Verde…
O avião, um 767 – 200, digamos um “pau velho” bem conservado, de uma companhia que nunca ouvi falar e não tem nenhum registro na internet,
a JEL, da Jordania, alugado para a Cabo Verde, em um primeiro momento assustou, mas, “já que tamo vamo!” Avião fantasma?
Um avião grande, vazio, a maioria dos passageiros, brasileiros que moravam em Portugal, aproveitando a passagem barata, alguns caboverdeanos, de turistas,
acho que só nos!
Alguns de nos, podemos dormir deitados em 4 poltronas. Comida boa e bom atendimento de uma aeromoça da Romenia.
Passaram rápido as 4h40, cruzamos o atlântico.

Segundo dia – 29 de novembro (quinta) – Ilha do Sal
Vento forte nos saúda um pequeno aeroporto, mais, movo e arrumado.
No aeroporto prendemos as primeira palavras em Crioulo, língua falada pelos caboverdeanos, não reconhecido como idioma, o oficial é o português.
Crianças com menos de 6 anos e idosos com mais de 65, no interior do pais não falam português, somente Crioulo.

José, nos esperava na saída com o cartaz TRAVESSIA PELO MUNDO!
Em 20 minutos estávamos em Santa Maria, parte turística da Ilha do Sal.
O pequeno hotel, fica bem na “cara do gol”, no calçadão, que esta sendo remodelado, a poucos passos da praia.
Lika, bela caboverdeana, nos atendeu muito bem.
A fome nos levou a padaria portuguesa, lá, foi a vez da Maria, anotar e rapidamente preparar o lanche de 8 sorridentes e barulhentos brasileiros.
Um galão de café, foi o mais pedido.

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A praia era nosso primeiro grande objetivo, água de um azul caribe, um trapiche\deck\plataforma, era o ponto mais autentico da ilha.
Os homens saíram pra pescar, traziam o peixe, entregavam as mulheres, ela limpam e vendem o peixe.
Varias espécies de peixe e crustáceos, formam um espetáculo colorido, ruidoso e “sangrento”, sangue de peixe…

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trapiche 1

A primeira nadada da viagem, foi paralelo a praia, respirando pra a direita, era possível ver o azul do céu, e o azul do mar abaixo da linha d’água,
vendo o céu o mar, não pareceu tão azul, parece verde azulado, verde ao lado do azul e azul ao lado do verde…

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O restaurante Silvas, foi nosso primeiro almoço, comida boa, mas nada de extraordinário, meu padrão de comparação é muito alto,
principalmente quando se trata de frutos do mar.

A primeira noite em terras caboverdeanas, podemos ver que os senegalenses dominam os negócios em Santa Maria.

Terceiro dia – 30 de novembro (sexta) – Ilha do Sal – Praia – Tarrafal
O bom pequeno-almoço com vista para mar.
José, ou Djosa, como ele é conhecido, nos levou para um passeio.
Primeiro passamos em Espargos, a maior cidade da ilha, tem cerca de 8 mil, dos 21 mil habitantes da Ilha do Sal, mas a concepção de cidade deles é diferente da nossa.
O que pra nos é prefeitura, pra elas é a câmara, o prefeito é o presidente da câmara.
A ilha do sal tinha somente uma câmara e 4 cidades:
Espargo, Santa Maria, Pedra do Lume e Vila da Palmeira.
A ultima foi nossa primeira parada.
Um pequeno porto, o maior da ilha, recebe pescadores, vendedores e turistas curiosos.
Mulheres com crianças no colo, a maioria senegalesas, quando perguntamos, elas dizem que são da ilha de São Tiago,
porque tem tons de pele parecidos, e para não sofrerem preconceito.

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Buracona é uma das maiores atrações da ilha, um buraco, uma caverna, com a luz do sol,
fica azul, fomos na hora errada, o ângulo do sol não permitia, valeu o passeio assim mesmo,
impressionou a força do mar nas pedras, um belo espetáculo.

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O almoço foi na cidade de Espargos, o maior centro urbano.
Pedimos para a cozinheira, dar uma ajustada, tirar a casca do camarão e passar um pouco mais o polvo,
deu certo, ficou bem gostoso.

No retorno ao aeroporto para voarmos para a Ilha de São Tiago, chamou atenção um avião da AZUL, o modelo ATR 72,
novinho em folha, saiu da fabrica em Toulouse, faz escala na Ilha do Sal para abastecer e a tripulação descansar.

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Embarque para Ilha de São Tiago, a companhia aérea, dessa vez é a Binter, uma empresa das Ilhas Canarias,
que assumiu as operações da TACV, para vôos internos.
Os caboverdeanos, falam mal da Binter, mas o serviço melhorou, apesar do atraso, aviões ATR, turbo hélice, novos,
fazer os vôos domésticos.
O serviço de bordo é bom, melhor que a maioria de nossas companhias.

Pela janela do avião, foi possível ver uma cidade grande, para os padrões de Cabo Verde, gigante.
Uma grande favela, aqui chamada de barraca, como em Portugal, também era bem visível.
Um motora, que não me lembro o nome, porque não deixou sua marca, nos esperava com uma placa que dizia:
– Monaia 08, essa mensagem só fazia sentido pra mim, porque só eu sabia que Monaia era o apelido do Professor
Emmanoel, organizador da prova, 8, o numero de viajantes.
Uma breve parada no centro da Cidade da Praia, compramos doces em um quiosque da dona Minguinha, doceira mais
famosa de Cabo Verde, descobrindo lendo a revista no avião.
O mercado publico de Praia era muito interessante, na parte dos peixes, descobri que eles não descartam nada.
Separam tudo, cada parte em um recipiente, inclusive barbatanas e tripas…

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A maior viagem rodoviária do pais nos esperava, não os 5981 km, do Chui no Rio Grande do Sul, até Uramutã, em Roraima,
mas, 90 km, de Praia até Tarrafal, duas horas de viagem.
Passamos pelo interior, como eles dizem.
Bem diferente do Sal, a região é muito montanhosa, com um sobe e desce a viagem inteira.
Uma vegetação seca, com praticamente, só milho plantado.
Chegamos a Tarrafal, a simpática e intensa Maya, nos recebeu no belo hotel, bem próximo ao mar.
Pizza, foi nossa primeira janta na escura e simpática Tarrafal.
Uma das curiosidades que eu tinha, era se Tarrafal, tinha alguma coisa a ver com tarrafa, instrumento de pesca individual com rede e chumbo.
Na pareces do hotel, descobrimos os belos quadros de um artista caboverdeano chamado, Kiki Lima.

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Quarto dia – 1 de dezembro (sábado) – Tarrafal

Antes mesmo do café da manha, caminhamos pelos arredores, logo encontramos o Professor Emmanuel.
As 8h15 da manha, nos encontramos com Julio Monteiro, Coronel do Exercito de Cabo Verde aposentado.
Julio, amigo de Emmanuel, um dos grandes incentivadores do esporte em Tarrafal.
A cada palavra do Julinho, como era carinhosamente conhecido, era um aula.

aula julio

Alguns moradores de Tarrafal, se exercitam correndo dentro do mar, excelente exercício.
Um compromisso as 8h30, encontro com o Presidente da Câmara.

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O Professor José Pedro Nunes Soares, ele mesmo abriu o prédio da câmara.
Conversamos sobre nossa vista e sobre a estrutura da câmara.

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Após o café com uma vista privilegiada do “maior” elefante do mundo, uma montanha em formato de um elefante deitado.
Um dos mais belos visuais que eu já tomei café da manha.

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Participamos em uma ação de limpeza da Praia, participaram um nadador no Senegal,
um grupo de Portugal e um nadador do Líbano, por sorte a praia estava mais limpa que os organizadores esperavam.
Julinho e o Delfin, nos levaram, ao que eles chamam de campo de concentração, uma prisão para presos políticos,
na época de Portugal colonizador. Como as demais prisões museu no mundo, importante preservar a memória,
para que nunca mais aconteçam abusos de direito das pessoas de se manifestar ordeiramente em qualquer linha de pensamento, qualquer….

campo 1

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Chegou a hora da Cachupa, tradicional comida Caboverdeana. A casa da dona Mafalda, era nossa “paragem gastronômica”.
Um terraço com visão estratégia de toda Tarrafal. Os netos pequenos, não falam português, porque ainda não foram pra escola.
Cachupa é a comida típica numero 1 de Cabo Verde, uma espécie de feijoada de milho, um tipo especial,
onde eles colocam tudo, carnes, peixes, lingüiças.
O sabor era maravilhoso, foi repetido por todos!

Julio nos contou que na ocasião da independência de cabo verde, dia 5 de julho de 1975, ele hasteou a bandeira.
Guarda com orgulho as luvas do ato, guarda mágoa de, posteriormente terem trocado a bandeira de Cabo Verde, com identificação com a África,
e com as espigas de milho, representando o alimento mais importante para o povo caboverdeano, em 1991, por uma bandeira que era mais alinhada com a união
européia.

Bandeira de Cabo Verde 1975 1992 480x3281200px Flag of Cape Verde.svg

Portugal, pelo que nos pareceu, “usou” cabo verde como um escudo, entre o continente e as colônias africanas.
Juntando a isso, o fato de da população atual de cabo verde, beira 500 mil pessoas, semelhante a Florianópolis, Capital de Santa Catarina,
e 500 mil imigrantes de primeira geração, beira a 800 mil agora com os nascidos fora de Cabo Verde, o pais que tem mais gente fora que dentro….
Talvez por isso ate hoje o caboverdeano tem um sentimento misturado de africano e europeu.
Hoje, existe um resgate, uma tentativa de conexão maior com as raises africanas.
Julio também disse que estudou na academia militar de moscou, como o atual presidente de Angola. Pergunto, se existe um alinhamento político com Moscou,
ele disse, que, estudar na Rússia, na época soviética, significava criar um forte sentimento anti-soviético.
Conta ele que, no momento na independência, alguém teria perguntado se ele era comunista, já que o partido que estava no poder era, ele disse, que não era comunista.

A situação de Angola e São tome e Príncipe, outros dois países de língua portuguesa, as ligações com Brasil com a guine Equatorial, também ficou mais clara, quem
se aliou com quem e porque…
Não aprofundo esse tema, pra não dividir opiniões…

Tarrafa é uma planta, nada tem a ver com nossa pesca, que alias, eles nem conhecem, conclusões:
Em Santa Catarina a tarrafa sem foi atribuída aos índios, sua origem, mais recente, um pesquisador ventilou a
possibilidade dos chineses terem estado em nosso litoral, muito antes dos português, eles teriam ensinado os índios sobre tarrafa.
Bom, em Cabo Verde, como não tinha população nativa, sem índios, sem chineses, sem tarrafa. …

Com nossa cachupansa cheia, finalmente aportamos no mar de Tarrafal.
Airan, nadadora iniciante, dava suas primeiras braçadas, se superou nadando toda a extensão da praia de Tarrafal.

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Minha primeira doação foi mal sucedida, o menino não quis minha touca e meu óculos…
Outro menino aceitou!

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Um menino veio nos contar historia, mãe morreu em um acidente, pai foi embora, irmão cego, morava no campo de concentração.
Seu grande objetivo era uma mochila para ir a escola, a historia quase nos levou a lagrimas…
Mas, foi muiiito convincente! A historia era espetacular demais, novelisteica demais.
Ficamos sim com vontade de ajudar, uma das colegas chegou a oferecer ir junto para comprar a mochila, quando ele não gostou dessa opção, acendeu o sinal de alerta…
Fui investigar, logo veio a verdade, contada por uma cozinheira do hotel que era vizinha da família.
A única verdade era o irmão cego, o restante era tudo lenda….
Uma passada na padaria escura, energia elétrica cara, suco de laranja caro, laranja importada.

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Uma conversa com uma funcionara do hotel de nome Maria, confidenciou que ela vem de uma situação de violência domestica, o pai por anos batia na mãe.
Até o ponto que a mãe fugiu de casa, nesse momento, o pai começa a bater nela por ela ser parecida com a mãe.
O tempo passou o ciclo de violência acabou, ela disse o que o pai, é uma pessoa comum, passa na rua, não sente nada..
Uma curiosa situação familiar agora é que a melhor amiga da mãe dela se engraçou com o irmão dela, e a melhor amiga da mãe, deixou de ser a melhor amiga da mãe, passou a ser
uma nora indesejada…rs

Quinto dia – 2 de dezembro (domingo) – Travessia São Silvestre – Tarrafal de Santiago   

Mais um café com o belo visual, dessa vez a cachupa no café da manha, seca, como um refogado, “bão também”!!!
Alguns estavam de resguardo da cachupa, que atingiu o “strombo” gravemente, outros não resistiram.!
O nome do grupo acabou ficando o Resguardo da Cachupa.

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Fomos na praia, já pequenos movimentos da Travessia.

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Um grupo de militares que formava a maior parte dos nadadores, ficou pelo caminho, o carro quebrou.
Alargada somente as 12h, não entendi o porque, já que as 10 todos estavam na praia.
Teve um boicote dos nadadores deTarrafal, fizeram jogo duro, não se inscreveram, queriam premio em dinheiro..
Mas, vento o movimento, se arrependeram, foram impedidos de nadar, bom eram somente 3…

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Conversei com o melhor surfista de tarrafal, ele não falava nem Português, nem Crioulo, falava um surfistes, incompreensível,
eu só entendi Gabriel Medina.. k
Entregamos as doções para o Emmanoel, muitas coisas boas, espero que sejam bem aproveitadas.

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Nossos nadadores apostos, Laís, Assis, Célio, Silmara e Maria Lucia, Airan no apoio técnico, Joi nas fotos e eu no caiaque.
Pude acompanhar, principalmente a Maria Lucia e a Laís no belo visual de Tarrafal.

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Prova boa, tranqüila, vencida por um nadador do Senegal.

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Silmara foi a segunda geral feminina e Célio, no alto de suas 69 primaveras (fora os verões…) chegou em quarto no geral.

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Talvez o único erro da organização foi premiar como revelação a menina de Tarrafal que nadou, ficou em terceiro como revelação,
A GRANDE REVELAÇÃO FOI CÉLIO AMARAL, 69 ANOS, DEU “CORINHO” NA MALTA (turma).

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MMM oficialmente é: MENINOS E MENINAS DO MAR, mas extra oficiaalamente…

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Missão cumprida,almoçamos e partimos para Praia.
Na saída de Tarrafal, era possível ver um bairro inteiro com muitas casas inacabadas, Zezinho, disse que eram casa de imigrantes,
que mandam dinheiro para fazer uma casa, para o futuro quando ficarem mais velhos e voltarem para a terra natal.
Dessa vez pelo litoral,do outro lado da ilha, um lindo passeio.

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Ultima parada, Forte São Felipe na Cidade Velha.

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No aeroporto deixamos três de nossos tripulantes, que voaram antes para a ilha do Sal, o restante dorme na Praia, literalmente.
Quando da chegada na pousada na Cidade da Praia, uma mala estava sobrando no carro, ai ai ai…
Começa um desespero do hotel de Tarrafal, nos procurando, para ver se estávamos com a mala, tudo ficou acertado quando Zézinho, nosso motorista, ligou para o gerente,
que era amigo dele, como ele estava voltando para Tarrafal, levou a mala, tudo certo!!!

Uma outra bela historia trazida pelo Célio:
Essa é referente a Ilha da Madeira – “A lenda é de um tal de Robert Machim, filho de um mercador de Bristol, que amava e era amado por uma senhora de nascimento ilustre, cujos parentes, opondo-se a este afeto, o mandaram prender. Quando saiu da prisão, soube que ela se casara com um opulento barão. Induziu-a a fugir com a idéia de irem para a França. Então sobreveio um temporal e o navio foi bater numa ilha deserta e formosíssima e Machim e seus companheiros fixaram ali residência, construindo cabanas embaixo de uma árvore colossal. Viveram felizes até o dia em que uma tempestade quebrou as amarras do navio. Ela então morreu de desgosto, pensando que nunca mais veria sua terra natal.
Foi enterrada embaixo da árvore e Machim em breve a seguiu no túmulo. Antes porém deixou uma cruz, narrando suas aventuras e pedindo a qualquer cristão que porventura ali chegassem, para erigir uma igreja no próprio lugar da sepultura.Os companheiros de Machim abandonaram a ilha e foram apanhados por piratas mouriscos e foram vendidos como escravos para o Marrocos, quando um desses contou  a um espanhol, chamado Juan Morales que contou para o João Gonçalves Zarco que repassou as informações para D.Henrique . Este mandou uma expedição com Zarco e Tristão Vaz para descobrir a ilha da Madeira. Depois descobriram as Canárias e Açores, a Guiné e em 1446, Dinis Dias descobriu Cabo Verde. “

Sexto dia – 3 de dezembro(segunda) – Praia – Ilha do Sal

Acordamos cedinho, ninguém na pousada estava acordado.
As 7h30 já estávamos de volta na Ilha do Sal.

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Coqueiro? Não, uma torre de celular…

Aprendemos mais uma expressão caboverdeana, alguém pergunta – Tudo bem?
Eles respondem:
– Tudo bem, mais ou menos!!!

Voltei a primeira pousada, agradeci a gerente Simone pela indicação do Djosa.

Dia relax na Ilha do Sal, Célio, nosso forrest gump, caminhou por toda Santa Maria.
Mais uma bela nadada na bela Santa Maria.
Uma cena chamou atenção no trapiche, os nativos não dão muita atenção as européias de top less, mas…
quando uma caboverdeana ficou de top less, todos os homens que estavam lá, pararam….

Sétimo dia – 4 de dezembro(terça) –  Ilha do Sal

José nos levou a ultima parte que faltava conhecer na ilha, antes, uma passada no aeroporto, fui expulso porque estava de sunga…
Voltei, devidamente fardado, na companhia aérea perguntei se o Assis, poderia antecipar seu vôo, de 5 para 4 e voar direto para Fortaleza.
Para minha surpresa, a moça disse que a tarifa não permitia troca, porque o regulamento…
Eu disse, desculpa moça, voces fazem o que querem com os passageiros, trocando e cancelando voos, agora vem falar em regulamento…
Com vergonha, eles prontamente trocaram!

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Um grupo de nativos, se organizou, e aluga sapatilhas para que os turistas cheguem perto dos tubarões tigre, que chegam próximo a praia para se alimentar.

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A parte feia, era o lixo que vinha do Senegal, eu trouxe pra casa, um pedaço de rede e uma corda verde, na linguagem náutica um Cabo Verde!!!

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Dos tubarões seguimos para as Salinas de Pedra Lume.

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Uma cratera de um antigo vulcão, abaixo da linha do mar, deixa exposto o sal.

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Antes um negocio de retirar e vender sal, hoje o grande negocio é receber turistas, cobrar entrada, vender banho de água doce…

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O banho na lagoa com  a água 26 vezes mais salgada que a do mar é impressionante e surpreendente, não afunda nem se quiser.

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A salinidade é tão absurda, que não deve-se deixar cair água no olho e nem na boca.
Na saída, para literalmente, tirar o sal, um banho de alguns segundos, alguns escudos.
Fomos almoçar em um restaurante que funciona na casa de uma família, era o mais barato de todos os lugares que comemos,
só que o peixe estava muiiiito salgado. – Viestes do sal, pro sal voltaras…k
Assis, voa para Fortaleza, evita ter que dormir no aeroporto de Recife.
Valeu Jolenio!!!

Oitavo dia – 5 de dezembro(quarta) – Sal – Recife

Ultimo café, ultima praia, fotos para fixar a cor da água e o sorriso do povo.
Na saída para minha surpresa, parecia ser areia movediça…

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A grande duvida, que avião voaríamos de volta, já que o avião da Jordânia seria devolvido, e o que parecia, a empresa não tem nenhum avião!!

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Ultimo passeio com José, ele nos relatou emociona, disse que trata todos muito bem, mas ele gostou muito de trabalhar conosco, se divertiu muito!!

despedida

Embarcamos no 757 – 300 da Icelandair, da Islândia. Essa aerobave tem em torno de 20 anos, fico imaginando quantos anos tinha o avião da JEL.
Eles, pelo que me disseram, ficaram monitorando a TACV durante 1 ano, e agora querem comprar.
A TACV OU CABO VERDE AIRLINE TEM QUE SER VENDIDA LOGO, POR 1 ESCUDO, JÁ QUE ELES DEVEM 100 MILHÕES DE EUROS.

Chegamos sãos e salvos!!! Torcendo para a empresa ser vendida, quando voltarmos em dezembro, já de Icelandair, quem sabe esticar a viagem ate a Islândia.

Considerações:
Nosso pensamento, Cabo Verde, pequeno e pobre pais africano, mas…
Eles não jogam esgoto no mar!!! Baixa criminalidade!!!
Qual pais é mais civilizado?

Cabo Verde deveria seguir o mesmo exemplo da Costa Rica, não ter forças armadas, podem ter um serviço obrigatório, mas na área social,
Construção de estradas, vacinação, prevenção de desastres naturais.
Partindo do principio que as forças armadas são para proteger o pais de inimigos externos, coisa que o Cabo Verde não tem.
Ainda tem Portugal e o Brasil como países parceiros, que ajudariam…
Os problemas de Cabo Verde são internos, como a seca que assola o pais a dois anos.
O Julio com sua capacidade de comando, deveria comandar essa esquadra.

A Ilha do Sal, deveria ter uma usina de reciclagem de plásticos, já que o turismo produz muito lixo.

O QUE TRAZEMOS DE CABO VERDE COMO ERANÇA PRINCIPAL, O SORRISO E AMABILIDADE DAS PESSOAS!!!!

Obrigado aos viajantes, foi um grupo marcados por palavras PARCERIA E RELAX!!!
Cada um contribuiu para fazermos uma viagem rica de amizade e cultura.

praia 2

Tripulantes:
Assis de Fortaleza, 8ª viagem juntos.
Maria Lucia de João Pessoa, primeira viagem, parceria aprovada.
Silmara de Joaçaba, 6ª viagens juntos.
Laís, 8ª viagem juntos.
Airan, 4ª viagem juntos.
Célio, 3ª viagem juntos.
Joi, primeira viagem, parceria aprovada. Pela primeira vez tivemos um fotografo profissional como viajante, obrigado Joi pelas belas fotos!!!

Nos vemos nas praias e nas cachupas do mundo!!!

Marcos Pinheiro