Diário de Bordo VIAGEM ÁFRICA 2016
ÁFRICA DO SUL, SENEGAL, GÂMBIA E SUAZILÂNDIA!!!
Dia 18 de setembro de 2016
Léia me leva no aeroporto, obrigado Léia!
Encontro o Valdinei, companheiro de muitas Travesssias e agora 8ª Viagem juntos!
Assume a segunda posição em numero de viagens, só perde para os Pioneiros Osni e Vtória, com 11ª viagens juntos! Eles, logo encontramos!
Voo para são Paulo, encontramos, não tivemos como nos esconder delas….rs
Lourdes e Neusa de Porto Alegre, Bah!
Quem nos atendeu na companhia aérea South African, foi o Marcos Henrique, raro eu encontrar um xará duplo! Ele, muito simpático e atencioso como poucos!
Eles pedem a vacina da febre amarela, ele disse que todos os dias chega gente sem a vacina, tem que esperar 10 dias para viajar. Se informe antes de viajar!
Um A 340 para 350 lugares com um ótimo espaço entre as poltronas, mas com problemas de ergonomia. Atenção engenheiros alguém por favor pense em um acento de avião que seja possível sentar e dormir!!!!
1º Dia – 19 de setembro – Johanesburgo – Cidade do Cabo
Chegamos com atraso em Johanesburgo, na longa fila da imigração, conhecemos uma moça de Moçambique e uma de Curitiba. A colega de Curitiba, não falava uma palavra em inglês, nos ajudamos ela a passar pela alfândega!
Uma mala com doações dos amigos de Curitiba, Joinville e São Bento do Sul, junto com uma mala da Neusa foram extraviadas!
Ficamos esperando o avião seguinte, a mala de doações chegou a da Neusa não!
Fomos pra casa, o simpático Mesmin, nascido no Congo Brasaville, estava a nossa espera, mesmo com o atraso, um sorriso no rosto. Ele morou 6 meses em Angola, entendia um pouco de português!
A casa que aluguei era melhor que eu imaginava, 3 quartos, 3 banheiros.
Um bairro bem central, perto de shopping e supermercado.
O simpático Roger, nos deu as boas vindas com um bom vinho sul-africano.
Tivemos pouco tempo para ficar em casa, caminhamos pra cidade, procuramos um lugar pra trocar dinheiro. Perguntei a um agente de transito, ele nos levou até uma mini galeria, com muitos serviços, um lugar bem esquisito, disse pro pessoal entrar um de cada vez!
O cambio era bom! Ele nos conseguiu um taxi, o taxista não quis levar, acabamos entrando em outro! Logo depois o agente me pediu uma gorjeta, demos um troco e tudo certo!
Nosso destino era aproveitar o tempo bom e subir a Table Montahin.
Um teleférico muito rápido sobre para uma das mais belas vistas que vi na vida, rivaliza com o Cristo redentor uma panorâmica de toda a região, Cidade do Cabo e Península do Cabo, com suas praias e montanhas!
Nosso simpático taxista, nascido no Zimbábue, nos encontrou descendo caminhando parte da montanha. Ele logo disse: – Its mi!
Ele mostrou um livro de um pastor brasileiro, da igreja que ele freqüenta, ficamos bem quietos! Lamentamos 10% ou mais de nosso dinheiro ir pra …..?
Nosso primeiro dia “já valeu” como dizia um amigo meu!
Passada no mercado, compras pra três dias, isso faz economizar muito com refeições e ao redor do fogão sempre é um grande compartilhamento!
2º Dia – 20 de setembro – Cidade do Cabo
As 9h30 chega o Nic, nosso condutor ate na península do Cabo.
Ele nascido na Namíbia, casado com uma alemã, mora a 20 anos na áfrica do sul.
Logo chega uma pequena caminhonete com…
A mala da Neusa!
Agora tudo certo!!
A passagens por belas praia chamou atenção uma casinha com vigias, muito parecido com nossos vigias de tainha no litoral de Santa Catarina.
Eram realmente vigias, mas de tubarão!!!
Caso de alguma mancha diferente no mar, uma sirene é tocada e todos tem que sair do mar.
Nossa primeira parada foi em Boulders Beach, uma pequena reserva biológica lar de uma grande colônia de pingüins!
Após os pingüins seguimos ate o famoso Cabo da Boa Esperança, uma placa com a localização é foto obrigatória!
Na fila encontramos um casal de angolanos muito simpáticos.
Eu comentei com eles que um amigo meu foi trabalhar lá e disse que a corrupção era demais!
A resposta do amigo angolano:
– Sim, há muita corrupção em Angola, QUASE como no Brasil!!!
Bom, já não é mais o pais do futebol e do carnaval….
Após a foto tradicional, já voltando pra van vi que algumas pessoas faziam uma caminhada, perguntei ao Nic, onde iria a caminhada, ele disse que era uma caminhada de 40 minutos e nos levaria ao farol.
Não tivemos duvida, fizemos a caminhada de 4 km, por umas bela paisagem, elegemos Dias Beach, uma das mais belas do mundo.
Diferente dos navegadores portugueses Bartolomeu Dias e Vasco da Gama que cruzaram o cabo com suas caravelas.
Já que não é possível cruzar nadando, alias seria uma Travessia Incrível, porque a região é cravada de espécies de tubarão, inclusive o grande branco.
Nós cruzamos caminhando o cabo da boa Esperança, deixamos pra trás nossas tormentas…
Chegamos ao Cape Point, onde esta o Farol, pequenos lagartos que pareciam mini jacarés e um grande roedor, faziam parte da fauna da região do Parque Nacional do da Table Mountain.
Hout bay, uma baia cinematográfica, foi onde descemos para comer lula frita, e compramos peixe para fazer a noite em casa!
Um dia cheio e maravilhoso.
3º Dia – 21 de setembro – Cidade do Cabo
Acordamos as 2h30 da manhã!
Estava combinado que nós iríamos juntos até a sede da empresa do mergulho, e de lá tentaríamos chegar no Cabo Agulhas.
Para nossa surpresa, não tinha lugar na van pra nós, voltamos a dormir!
Osni, Vitória e Valdinei foram mergulhar com os “amigáveis” tubarões brancos.
A experiência arriscada e emocionante, ficar em uma jaula e os tubarões soltos!
Dormimos até acordar, fomos até a piscina pública de Sea Point.
Paramos um taxi, era o simpático Helmut, lembramos do Wilmot (lá de “plumenau que viaxou com a xente uma vez”).
Ele falou sobre a situação do Brasil, falou da Venezuela, estava por dentro da política mundial.
O belo complexo aquático a beira mar, exibia uma placa, temperatura do mar, 14 graus, temperatura da piscina 18 graus.
Pagamos os 22 rands para entrar, uns 5 reais, só pra conhecer!
Coloquei minha mão, parecia estar mais que 18, o termômetro confirmou, 19,9.
O sol intenso do belo dia em Cape Town, ajudava a parecer mais quente!
A Neusa foi a primeira a se decidir, entrou na água e logo saiu nadando, depois foi a Lourdes!
Eu, fui!
Aprendi com Henrik Kruguer de Itajaí, a primeira sensação é o choque, não o frio!
Após algumas braçadas, o corpo vai regulando a temperatura e fica agradável!
Parece ter uma fina camada de gelo em volta da pele!
Foi muito bom! Uma ótima ducha, pra finalizar a estadia!
Uma pena não temos piscinas públicas no Brasil, principalmente com água do mar que é uma conquista!
Logo na saída encontramos bicicletas para a alugar!
Saímos serpenteando o mar, com nossas possantes magrelas!
Passamos pelo estádio da Copa de 2010, o Green Point, e chegamos em Water front.
Ficamos abismados com o que estávamos vendo!
Simplesmente o lugar mais legal que eu vi na vida, um complexo de bares, restaurantes, galerias de arte, museu, aquário, porto, muita musica!
Um lugar impar e imperdível!
Voltamos pra casa feliz com o dia maravilhoso que passamos!
4 º Dia – 22 de setembro – Cidade do Cabo – Escala Johanesburgo – Dakar
Encerramos hoje a primeira faze da viagem!
Com dois sentimentos em relação a Cidade do Cabo!
Um deles já descritos acima, a cidade espetacular!
Outro, uma cidade sem alma!
Onde o aparthaid não terminou!
Continua uma grande separação, cada um tem seu idioma, seu trabalho, seu local de moradia!
O que inclui a todos é o turismo, onde todos se juntam para ganhar seu ganha pão e receber os visitantes!
As 9h30 o simpático Mesmin, nos esperava na porta da casa, que, deixou saudades, todos nos sentimos em casa, parecia que era a casa de cada um de nos, de nossa família Travessia.
Aeroporto, vôo tranqüilo ate Johanesburgo, uma da empresa aéreas nos chamou atenção pelo nome e pelo verde de seus aviões, a KULULA……..!
Em Johanesburgo, sai do aeroporto para procurar uma van que nos leva-se pra conhecer a cidade. Logo encontrei uma van Mercedes, o simpático motorista nos levou ate o estádio Soccer City, depois no centro da cidade onde subimos no ….
Mais alto da África, não, não foi o Kiliamanjaro, com seus 6 mil metros de altitude, mas foi o TOP OF AFRICA, o edifício mais alto da África com 50 andares!
Tivemos uma idéia do centro de Johanesburgo, uma cidade grande com os arredores desenvolvido e o centro um pouco mais popular.
Paramos em um shopping pra comer e finalizamos nosso passeio.
Como disse a amiga Katia, o aeroporto tem belíssimas lojas com produtos africanos!
O vôo fazia escala em Dakar e seguia para Washington, nos Estados Unidos, uma serie de procedimentos a mais de segurança, mas, foi rápido!
Um vôo de 7 horas ate Dakar, tive sorte de ficar com 3 assentos sozinho, não tive sorte o senhor que estampava 2 estrelas no peito, deveria estar completando 50 anos de vôo, não era nada delicado, foi apelidado carinhosamente de vovózona (eu não gosto dessas coisas de colocar apelido nas pessoas…).
Um filme que vi na tela, me fez pensar, Wild, era o nome!
5º Dia – 23 de setembro – Dakar
Por volta das 0h55 do dia 23 desembarcamos no muiiito modesto aeroporto de Dakar.
Fila pra tudo, somente três policiais marrentos de alfândega faziam a chegada dos passageiros, deu tudo certo.
Os novos amigos da Federação de Natação do Senegal, Mohamed o presidente, atleta olímpico de natação, o Lamine e o Monteiro, filho de Caboverdeanos, por nossa sorte, falava português.
Nos deixaram no hotel, bem próximo ao aeroporto.
Direto pra piscina, as 2 da manha!
Bem próximo ao hotel vimos pelo satélite uma praia e uma pequena ilha, esse foi nosso destino, Ilha de Ngor.
A praia suja, de plásticos, mas não mais suja que algumas famosas praias no Brasil que já estive, melhor não citar nomes. Felizmente em Santa Catarina jogar lixo na praia já é um crime grave aos olhos da grande maioria.
Belos barcos coloridos, bem diferentes dos que conhecemos no Brasil, um homem dando banho em um bode, a praia de águas claras, só contrastava com uma alga vermelha que era empurrada para a beira da praia.
Contratamos um barco que nos acompanhou nos 500 metros entre a ilha e a praia.
Alem de Osni, sócio fundador do Bora PAZ Ilha, e Valdinei, efetivo participante, tivemos duas estréias, a Lourdes e a Neusa, que deixaram Porto Alegre pra estrear internacionalmente!
Comemos uns petiscos na beira da praia, mais um banho e de mar e voltamos.
Na volta, no meio do percurso nos encontramos umas 80 crianças treinando para a Travessia de domingo, escolhi uma delas, uma menina de cabelo comprido sem touca e óculos para doar os meus!
Uma mancha a mais na minha careca não vai fazer diferença, mas talvez faça na vida dela!
Teve pra mim um alivio imediato na saudade!!!
Passamos no mercado e em uma belíssima padaria próximo ao hotel, juntamos todas as compras e fiemos um jantar coletivo na sacada do quarto.
6º Dia – 24 de setembro – Dakar
Nosso novo amigo Monteiro, nos levou para a sede da Federação de Natação do Senegal, junto com ao espetacular complexo olímpico, com três piscinas, 50, 25 e de saltos.
Mais de 200 pessoas, entre adultos e crianças nadavam e brincavam. Complexo igual eu so vi em João Pessoa, o recém inaugurado Centro Olímpico Parayba.
Inscrições confirmadas, fomos a um restaurante onde o dono é Caboverdeano, comemos uma comida típica senegalesa, arroz com peixe, com muita pimenta, delicioso!!!
Caminhamos pelo centro de Dakar e voltamos a nosso hotel.
Fui caminhando até o aeroporto caminhando, para esperar o Ricardo, que vinha de Maceió.
Uma caminhada de dois 2km em uma cidade desconhecida, tem muitas conquistas, foi ótimo!
Cheguei no “corredor polonês”, cercado por grades onde ficam todos, gente esperando parentes, taxistas, vendedores, compradores de ouro, cambistas, logo encontrei o Ricardo, veio com a empresa TACV de Cabo Verde.
O Ricardo estava disposto, voltamos a pé pro aeroporto.
Antes de chagar no hotel, passamos pela praia particular do hotel, um espetáculo, mais chique que o hotel!
Passa no Casino, ou pizza no fastfood tio san, foram as opções da janta.
Hora de mentalizar, principalmente quem não treinou, amanha tem Travessia.
7º Dia – 25 de setembro – Domingo – 29ª Traversée Dakar Gorée
Café da manha, o garçom era a cara do Cafu de São Francisco do Sul, Santa Catarina.
O guarda do hotel negociou dois taxi, para irmos ao local da Travessia.
Aqui no Senegal tem que negociar antes o valor do taxi.
Pegamos uma grande avenida, com três pistas, depois de 10 minutos, ele entrou em umas quebradas com uma feira bemmm popular!
Cavalos, vacas, carros, roupas, vendia-se de tudo!
Passando a feira, ele entrou no porto, foi se embrenhando, até chegar em uma rua, onde já era possível ver os nadadores.
Uma pequena fila pra pegar touca e confirmar a inscrição, chegamos no maior evento da natação senegalesa!
Foi chegando autoridades, o ministro dos esportes, tiramos uma foto com ele.
A praia encheu, a ilha de Gorée estava bemmmm distante!
Mas a mesma distancia que fica a Ilha de Anhatomirim da Praia da Daniela, local de nossa Travessia em abril.
As 11h50 largaram os federados.
Nos, eu, Lourdes, Osni, Neusa e Valdinei, largamos as 12h05.
Saímos eu e a Lourdes sem pressa, procuramos nosso lugar na multidão, primeiro obstáculo foi uma japonesa nadando peito, não foi uma boa opção na largada.
Combinei com a Lourdes que nadaríamos perto de uma moça com uma bóia, a Lourdes se grudou nela, eu vi que ela estava bem, adiantei um pouco minhas braçadas.
Foi buscando metas para me motivar, o percurso inicial era paralelo ao porto, a cada prédio uma comemoração!
Fui deixando os tanques da refinaria pra trás!
A cada marola eu tentava encaixar as braçadas e pernadas, o vento terral, da terra para o mar, ajudou muito.
Uma pernada cruzada, aquela de pescador, parecia encaixar melhor com as marolas.
Passou todo o porto, a ilha foi ficando mais perto, era possível ver os prédios da ilha, definir ate suas janelas. A Lourdes eu ainda via, ate a metade do percurso, com sua roupa de lycra laranja. A Vitória passou em um barco, eu a vi como quem vê uma garrafa d‘agua no deserto, gritei por ela pedindo água, logo passou um barco e me deu uma garrafa, decidi levar comigo.
A Ilha foi se aproximando, eu que pensei que faria perto de 3 horas, vi a possibilidade de fazer em menos de 2 horas.
Quando fui chegando perto, foi ficando mais difícil, os últimos 300 metros pareciam não passar nunca, ufaaaa, cheguei, senha numero 416.
Logo fiquei feliz de ver o amigo Valdinei comemorando minha conquista!
Eu me auto pressionei quando vi o belo cartaz do evento, pensei que eu gostaria de ter um em nossa sala, mas que para isso eu tinha que completar a Travessia!
Agora sim, posso colocar um na parede!
Cheguei sem forças, deixei minha sacola com os que já chegaram e fui esperar a Lourdes, ela que me achou chegou muito rápido!
Uma pequena caminhada pela ilha de Gorée, eu e o Valdinei fomos na Casa dos Escravos, um pequeno museu para não deixar esquecer esse período triste da humanidade, já que gore foi um entreposto de escravos.
Eles premiaram o geral e nos ofereceram um belo troféu pela participação brasileira.
Voltamos com as 6 missões cumpridas!
Fizemos nosso segundo Bora PAZ Ilha internacional, Praia de La Voile Dor até a Ilha de Gorée.
Um barco grande trás as pessoas de volta ao porto, mais uma negociação com o taxista, desta vez, um senhor com trajes típicos sorriu quando eu fiz um self.
O QUE VOCE LER A PARTIR DAQUI NÃO É UM PADRÃO EM NOSSAS VIAGENS, SÓ FOI FEITO PORQUE OS VIAJANTES ERAM EXPERIMENTADOS E TOPARAM O DESAFIO!
8º Dia – 26 de setembro – Dakar – Banjul (Gambia)
Nosso motora era o Tal, esse era o sobrenome dele, um simpático senegalês, que falava olof, frances e algumas palavras em inglês. Ele vestia uma surrada camisa azul de branco com o logotipo da BMW, vivia limpando os dentes, com um graveto de uma arvore, habito comum no Senegal, aparentemente funciona, porque eles tem dentes bonitos, aparentemente!
Ele nos conduziria por nossa primeira viagem terrestre na África, certamente muita surpresa teríamos pela frente!
Fizemos varias paradas, uma delas na casa do próprio motorista, para ele cumprimentar a família, porque ele morava em Dakar. Parada para lanche, em lugares, digamos, diferentes, mesmo tendo escolhido os melhores aparentemente!
Uma característica dos restaurantes é que são escuros, parece que eles tentam economizar na luz, também não tem propaganda alguma, portas e janelas fechadas!
Um dos tripulantes foi afetado gravemente por uma “ligeira”, teve que ir em uma típica patente (banheiro com um buraco, ao invés de bacio) Senegalesa.
A viagem foi se desenrolando e pudemos perceber que o comercio é baseado em grandes feiras livre, algumas no meio da rua, o motorista tinha que encontrar espaço para passar.
Nestas feiras se vende de tudo, de animais a chip de celular.
As comunidades a beira da estrada são pobres, vivem de agricultura se subsistência, mas, o milho domina as plantações com aparentemente 90% da área plantada.
Pequenas vilas a beira da estrada, algumas formadas por malocas redondas de estuque, algumas pareciam micro condomínios com 5 a 8 casas.
A comunidade fica a sombra de arvores a beira da estrada conversando, algumas vendendo milho ou sal, para as comunidades que ficam próximo a uma grande salina.
Uma cena chamou nossa atenção, umas crinaças com uma tela pescando em um pequeno riacho.
A estrada era surpreendentemente boas, com poucos buracos, em Florianópolis, tem mais buracos que vimos em 500 km viajando no Senegal.
No final, já próximo a fronteira com Gâmbia, eles estavam arrumando a estrada, andamos um 20 km em estrada de terra.
Eu procurei em todas as listas de países que pedem visto pro Brasil, em nenhuma havia a necessidade.
Uma fronteira terrestre em qualquer lugar é tenso, eu não esperava menos na fronteira entre Senegal e Gâmbia.
Chegamos finalmente na fronteira, demorou mais que pensávamos.
Umas moças vendendo amendoim, oferecendo cambio e alguns outros produtos cercaram a van.
Saída do Senegal relativamente tranqüila, só uns guardinhas chatinhos.
Caminhamos uns 50 metros chegamos a aduana de Gâmbia.
Um policial nos recebeu, ele vestia uma farda azul com botões prateados, na mão ele tinha uma vareta de fibra, daquelas de barraca iglu.
Ele nos levou ate um quartinho no fundo para ver o chefe.
No meio do corredor tinha uma jaula, onde estavam duas crianças e um adolescente, provavelmente tinham aprontado na região da fronteira.
O chefe disse que para brasileiros precisávamos de visto, nós argumentamos que em todos os sites do Brasil, indicava que não precisava de visto!
Ele nos mostrou um papel amarelado, com a lista dos países que precisavam de visto, entre eles o Brasil!
O valor do visto era uma pequena fortuna, 40 euros, e como ficaríamos inicialmente somente um dia na Gâmbia, não valia a pena.
Desistimos de entrar, mas, a viagem de volta era longa demais pra voltar!
Um dos componentes do grupo disse que não gostaria de pagar para ir na Gâmbia, nesse caso eu tive que intervir e reafirmar que eu estava no “comando da expedição”, e que a ultima palavra seria a minha!
Nunca entre em um projeto, viagem, expedição sem comando! Procure informações de quem é o comandante!
Decidimos que eu voltaria para uma nova rodada de negociações, eles me levaram para a mesma salinha nos fundos, fiquei ali por uns 20 minutos, eles chamaram o chefe, do chefe, do chefe.
Ele chegou, eu pedi desculpa pelo mau entendido, após uma longa e tensa negociação, nos concederam um visto especial por 7 dias! Ufa!!!!!!
Visto no passaporte, seguimos caminho a Banju, capital da Gâmbia.
O atual presidente, então comandante das forças armadas, assumiu o poder a 22 anos, após a derrubada do antigo presidente.
Portanto não estávamos entrando em qualquer pais, mas em um dos poucos governados por um ditador militar.
Após a passagem pela fronteira, passamos ainda por quatro barreiras, duas da policia e duas do exercito, em uma delas tivemos que mostrar nosso passaporte!
Todos os agentes armados, com armas, visivelmente antigas.
A ultima barreira, nosso motorista foi abordado e teve que deixar um trocado para o policial.
Na Gâmbia são falados dois idiomas, alem do inglês, algumas falam o olof, idioma do Senegal.
Passamos a ultima barreira, achamos que estávamos livre na tensa entrada em Gâmbia…
SÓ QUE NÃO!!
O território de Gâmbia é bem estreito, uma pequena faixa de terra, ao redor do Rio Gâmbia.
Logo chegamos a localidade de Barra, local de partida do Ferry que liga a capital gambiana.
Um local apertado com pequenas construções nos dois lados da rua, alguns comerciantes vendendo frutas, verduras, um rapaz, vendia café!
Por mais vontade de tomar café que alguns do grupo estavam, não tiveram coragem de tomar um típico café africano, feito ali na rua e passado de uma caneca pra outra, para ser misturado e resfriado.
A fila aparentemente pequena, 15 carros, mas a pressão era grande, muitos desocupados tentando oferecer de tudo, ninguém dava informação sobre nada.
Um dos “agilizadores” falou com nosso motorista que nós não conseguiríamos embarcar no próximo ferry, que não tinha previsão de atracar. Disse também que poderia vender um lugar no começo da fila, não dava pra entender como era possível, furar uma fila de carros na frente de todos, nosso motora disse que não Gâmbia era possível!
Eu vi alguns carros, passando na frente e entrando na área reservada dentro da estação, um deles com placa diplomática.
Foi anoitecendo e a tensão foi aumentando!
Decidi por pedir informação a alguém que estivesse nos carros, entre todos escolhi um carro branco com um casal para perguntar.
Começamos a conversar em inglês, o moço me perguntou de onde eu era, quando respondi, ele disse em português:
– Não você não é brasileiro!!!
– O que estão fazendo na Gâmbia???
A satisfação de encontrá-los, se contrastou com as informações que ele me passou!
Eles eram o terceiro carro da fila chegaram as 10h da manha e não tinham certeza se embarcariam no próximo ferry, nem se HAVERIA o próximo ferry!
Putz ferrou!!!!
Aos poucos as informações foram sendo absorvidas e diluídas!
Toni de Curitiba e Rita de Salvador, missionários de uma organização internacional, estavam na Gâmbia a 17 anos!
Eles tem 2 filhos que estudam em Dakar, em colégios internos.
Uma feliz coincidência, Toni tinha dois nomes dos meus quatro nomes e Rita, nome de minha querida e saudosa avó!
Minha primeira preocupação era arrumar um lugar para as três mulheres do grupo dormirem, Rita disse que próximo dali tinha um convento católico e que as freiras eram simpáticas e acolhedoras.
Para um dos problemas, já tínhamos solução, no caso de não conseguirmos embarcar naquela noite.
Toni confirmou que pagou, fura a fila, e que de tarde ocorreu uma confusão com um senhor que foi reclamar e foi parar na policia.
Um policial procurava nosso motorista, o conduziu ate o posto policial, queriam extorquir, o Tal não deixou barato, não deu nada, reclamou e saiu bravo do posto policial!
Coisa que eu jamais faria!
O ferry é do estado, quem tem coragem de reclamar em um governo, “não-democrático”.
A Rita nos deu a informação mais importante, mesmo que o carro não passe, nós passaríamos!
Eu tive a idéia de deixar o carro na Barra e irmos sozinhos, nesse momento Toni disse pra Rita que ele iria conosco e ele ficaria até conseguir passar.
Por sorte a nossa, essa não era a rota que eles costumavam passar, eles davam uma volta de duas horas, para não passar pelo ferry, mas agora já era tarde, porque a fronteira já estava fechada!
Nosso motorista também achou uma ótima idéia o carro não passar.
Agora só tínhamos que torcer para ter o ferry.
Tudo foi ficando calmo, o movimento na barra já não era o mesmo, poucos ainda circulavam!
Começa uma movimentação, toca uma buzina, aparecem luzes na escuridão do Rio Gâmbia, sim, era o tão esperado ferry!
Compramos as passagens por 500 francos senegaleses por pessoa, também aceitos em Gâmbia, aproximadamente 3 reais e 20 centavos.
O Tal posicionou a van bem perto do portão de embarque, para que andássemos pouco com nossas bagagens!
Rita disse que como éramos estrangeiros, nos deixariam passar por um lugar reservado, porque a população ficava esperando em um local pequeno, fechado e insalubre.
Na hora de passar o portão, cobraram de quem tinha mala, mais um motivo pra usar mochila!!!
A exorbitante quantia de 1 real cada mala, paga gentilmente pela Rita!
Entramos em uma rua escura, logo começaram a passar carros e caminhões, um dos caminhoneiros parou bem próximo a nos e acelerou o caminhão, despejando uma fumaça pesada!
Logo veio a multidão que estava no ferry, passando a multidão nos entramos em pegamos assentos na parte superior do ferry.
Com a quantidade de carros e caminhões que estavam na área reservada, o Toni não conseguiria embarcar no mesmo ferry que nós!
Uma viagem tranqüila pelas águas do Rio Gâmbia, aos poucos a Barra fica pra trás e as luzes da região portuária de Banju, vão se aproximando.
Durante a viagem a Rita nos deu uma aula sobre Gâmbia e dos países da região!
O Osni disse uma celebre frase:
– Não esta tão ruim, que não pode piorar, chegamos ao porto, recomeça a pressão oferecendo taxi, mas dessa vez, estávamos com a Rita, nos dava um pouco mais de tranqüilidade.
A Rita disse que precisava de uma van para 8 pessoas, logo apareceu um “agilizador”, com a solução, a Rita negociou o preço, e nos caminhamos por ruas escuras e enlameadas até a van.
Era a pior van que nos tínhamos visto na vida, os bancos não tinham mais o acolchoamento, eram molas e algumas fibras, mas como dize o popular ditado.
– Se não tem tu, vai tu mesmo!!!
Não conseguiríamos outro carro onde caberíamos todos!
Algumas bagagens no rek….
“Fumos”!!!!
Pouca iluminação na cidade, aos poucos a lama foi ficando pra trás, saímos do porto, pegamos uma estrada melhorzinha!
Primeira barreira policial, quando viram que eram estrangeiros, perguntam pra onde vão e deixam passar! Mais um abarreira do exercito, mais uma da policia e chegamos na região dos hotéis.
Nosso motorista desceu e foi tirar uma autorização para entrar na área dos hotéis, exclusiva a estrangeiros ou a taxis especiais, de especial, nossa van não tinha nada!!!
Chegamos, nos despedimos e agradecemos a Rita, entramos no hotel, tudo mudou!
O clima era outro, eu me senti como estar em um pais em guerra, o único lugar seguro era uma embaixada, nossa embaixada era o hotel Senegambia!
Um belo hotel, com uma grande aera a beira mar, acabou acontecendo o que eu previa, todos queria ficar duas noites, inclusive eu!
Já comecei a pensar como eu poderia viabilizar essa possibilidade, já que o Tal estaria nos esperando no dia seguinte!
Após fazermos o cheking, eu já tinha decidido, vamos ficar duas noites!!!
Eu tinha duas saídas, uma era tentar um contato com o Tal, mas não tínhamos o telefone dele, quando eu consegui com os amigos do Senegal, descobri que os telefones do Senegal não funcionavam em Gâmbia!
Parto para a segunda parte do plano, já que nos tínhamos contratado a pior van do mundo para nos levar de volta no dia seguinte, eu iria com ele, e daria recado ao Tal.
A saída da porta de nossa embaixada\hotel a noite era tensa, ofereciam de tudo, para uma pessoa de nosso grupo, foi oferecido um cigarro do Bob Marlei, ele demorou para entender que tipo de cigarro era…!
Como já era meia noite, não existiam mais lugares abertos para comer, dividimos nossos lanches e fomos dormir tranqüilos.
9 º Dia – 27 de setembro segunda – Banjul – capital da Gâmbia
Um belo amanhecer, foi desvendando a beleza da estrutura do hotel, não era um hotel de luxo, os apartamentos eram simples, mas as piscinas, os animais e a praia davam um brilho todo especial.
Um bom café da manha, nos forrou pela noite passada!
Logo após o café foi fazer uma “sessão descarrego” em um banho de mar com água de 29,3 graus. Um mar com pequenas ondas, mas com força, deu até pra pegar jacaré!
Logo chegamos os companheiros de viagem para desfrutar a praia da Gâmbia.
Eu e o Valdinei, fomos até um arrastão, feito por pescadores, ajudamos a puxar a rede. Conversei com o patrão da pesca, que incrivelmente vestia uma camisa do “framengo”, também conversei com o Alma, esse era o nome do simpático jovem.
Uma rede muito pesada, puxada com a força de 6 homens.
Para a infelicidade dos pescadores e nossa também, apenas um magro siri, era o fruto do arrasto!
Eles agradeceram e nos voltamos ao hotel.
A área do hotel era um território “imaculado”, nenhum morador entrava, eles ficavam na praia oferecendo de tudo!
Eu e ao Valdinei, fomos tentar comer algo em alguns dos restaurantes a beira da praia, o assedio era grande, ofereciam desde comida, drogas, massagem, estatuas!
Em algum momento eu disse em tom firme:
– ! AM OK GUI!!!!
Eles respeitam um tom de voz mais forte!
Voltamos e comemos no hotel, onde descobrimos que era mais barato que fora e que o camarão era mais barato que peixe.
A água do mar é tão quente, que a água da piscina era mais fria, pelo menos uns 2 graus a menos!
Por volta das 10h15, fui abordado na recepção pelo motorista da pior van do mundo, eu iria com ele até o porto e posteriormente ate a Barra, quando entrei no carro, pensei que ele poderia fazer o serviço. Após uma negociação e pediu 2 mil dalaces, moeda de Gâmbia eu acabei pagando 1 mil, equivalente a 20 dolares. Dei ainda um dinheiro para ele entregar ao Tal. Seria uma grande loteria, ele dar o recado, antes de sair olhei bem nos olhos dele, apontei o dedo na direção dele e disse que era muito importante!!!
Ufaaa, não precisei ir, eu demoraria umas 4 horas e gastaria o mesmo para ir até la!
Uma das atrações do hotel era um lagarto que saia todos os dias as 11h30 em ponto para dar um treino na piscina!
A Gâmbia é um destino de turismo sexual de mulheres inglesas, que vem a Gâmbia em busca de “diversão”, sem problemas com o idioma, já que Gâmbia é colonização inglesa.
Em nosso hotel vimos vários casais formados por inglesa e gambiano!
Próximo ao hotel tem um mercado de artesanato, como durante o dia a pressão era menor, demos uma voltinha por lá!
A técnica de negociação é impressionante, assim que alguém pergunta o preço, eles dizem pra entrar na loja para ver mais produtos, eles dão a volta e ficam na porta, literalmente te cercam.
A primeira pergunta é, quanto você quer pagar por isso?
Alguns até ensinam a negociar!
Uma colega fez algo que para eles é uma ofensa, quando foi perguntada quanto ela pagaria por um vestido, ela disse o valor, a moça disse, então pega aqui!
Ela saiu da loja com uma forte reação da dona da loja.
As vezes o assedio é exagerado, eu acabei comprando em um senhor que foi mais suave na negociação. Ele cometeu um erro grave, que eu logo o repreendi, disse que gostava do Dunga, nãoooooo!
Uma pizza foi nossa despedida do hotel, ao som de muita chuva batendo no telhado, furado e formando cascatas de goteira!
10 º Dia – 28 de setembro – Banjul – Dakar
Amanhece com chuva, todos felizes com a experiência, mas um titulo de filme não me saia da cabeça:
– Pague pra entrar e reze pra sair!
Não comentei isso com os colegas….
A pior van do mundo não veio nos buscar como combinado, logo imaginei que o Mamu, apelido do motorista, tinha ficado com todo o dinheiro e não tinha dado o recado e nem o dinheiro a nosso motorista.
Sai batalhando outro taxi, como um passe de mágica, aparece uma pajero full, onde entramos todos, apertado verdade, mais entramos os 7!
No momento do embarque o Valdinei, em um momento de grande inspiração, deu nome a aventura, dizendo:
– Por sorte escapamos da Van do apocalipse!
Arrancando gargalhadas de todos!
Voltamos para o centro, uma barreira policial, mais uma, chegamos ao porto!
O tempo chuvoso, algumas ruas alagadas, podemos ver co comercio na região portuária, muitas revendas de sal em sacos de 20 kilos.
Chegamos ao porto do ferry, nenhum movimento, eu lembrei de outra informação do Toni, alem do ferry pequenos barcos, atravessar as pessoas para a Barra.
Pedi ao motorista que nos deixa-se no ponto de saída dos barcos.
O ambiente não era dos mais agradáveis, uma praia de areia escura e suja, uns 20 homens vem na direção do carro oferecendo ajuda para carregar as malas e barcos.
Aproximadamente cinco barcos estavam estacionados a poucos metros da praia.
Eu falei que queria um barco só pra nos, após alguma conversa e negociação um barqueiro, o mais tranqüilo me pediu 2500 dalases, negociamos até chegar a 1800, o detalhe é que não sabíamos de tínhamos o dinheiro para pagar, mas a certeza só teríamos do outro lado!
Não deixamos ninguém pegar nossas malas, somente um carregador “oficial” pode carregar uma das malas e nos ajudar no embarque, uma de nossas colegas foi carregada no colo ate o barco, sem muito poder de escolha!
Em algum momento tu tive que falar mais alto, para eles nos deixarem embarcar com mais calma, ai sim, diminuiu o assedio.
Alem de nos, mais pessoas começaram a embarcar, eu disse ao chefe que somente nosso grupo embarcaria, deixei ir junto uma moça e um policial.
Perto dali, chegava um barco da barra com mais de 40 pessoas, um perigo, já eu o mar não estava calmo.
Assim que ligou o motor, começamos a navegar, um pouco de balanço, mas a paz veio logo e foi sacramentada com o aparecimento de belos golfinhos negros que deram um show bem perto de nosso barco, como quem diz:
– Vão em paz, esse povo ai só luta pra sobreviver!!!!!
A moça me agradeceu a carona e o policial, a o policial….
Como diz o amigo Roque, mente, porque se falar a verdade ninguém acredita!
O policial acendeu um “cigarrinho bob marley, sentou no fundo do barco e curtiu a “viagem”…
Na chegada, mais uma “tensãozinha”, vários homens vem na direção do barco para ajudar com as malas.
Os barcos normalmente param a uns 10 metros da praia, eu logo falei para o motorista que nos deixa-se na areia, nosso carregador oficial ajudou a afastar os demais.
Logo tudo se acalmou, pegamos as malas, e caminhamos ate o portão de entrada do ferry, local combinado para encontrar o Tal, no dia anterior!
O pessoal ficou em um local mais tranqüilo, eu caminhei pela rua, a primeira boa noticia, a van estava lá!
Logo aparece o Tal, com sua inseparável camisa da BMW, e sorriso constante!
Eu e o Osni fomos recebidos de braços abertos e um grande sorriso de nosso salvador da pátria!
Ele agradeceu o fato de eu ter mandado avisar e pelo dinheiro que mandei pra ele comer!
O Mamu, piloto da VAN DO APOCALIPSE, cumpriu sua parte no trato!!!!
Mas ainda faltavam as barreiras policiais e as aduanas!
Uma barreira policial, duas do exercito e ultima da aduana, uma pequena casa com as informações escritas com carvão na parede, ficamos com muita vontade fotografar, mais evitamos eventuais problemas!
Chegamos a temida aduana gambiana, foi levado a uma salinha com todos os passaportes.
A sala era escura, com duas mesas, em uma delas um homem concentrado em seu celular com as pernas encima da mesa, de ambos os lados da sala fotos do presidente, califa, doutor , professor.
Na parece um calendário 2015, claro, com a foto do presidente.
Encima da mesa um exemplar do alcorão e um colar com contas pretas e brancas.
Um homem aparentando ter 35 anos, pegou os passaportes um a um e anotou varias informações, a cada termino ele perguntava a profissão dos colegas.
Alguns para facilitar eu inventei, na hora de falar bombeiro, eu falei Fireman, foi repreendido pelo senhor, ele corrigiu, disse que era fire oficial.
A curiosidade é que as profissões que nos entramos, não eram as mesmas que entramos…
Após todos os nomes detalhadamente escritos em um caderno, foi levado a outra sala, ali estavam dois policiais com calça marrom e camisa bege, o mesmo uniforme que usava o segundo dos chefes de quando entramos!
O policial escreveu tudo de novo, agora no livro de saída da Gâmbia.
Apos todos escritos e carimbados, ele me deu os passaportes, ele comentou algo com o motorista, ele logo fez um sinal para sair caminhando, na saída ele fez um sinal que eles pediram dinheiro, que não era pra dar nada!!!
Ultima parada aduana do Senegal, o Tal veio com a informação que não precisava carimbar!
Já dava pra comemorar, mais caminho era longo!
Comemoramos a saída de Gâmbia!!!
Poucos quilômetros após a fronteira, uma barreira policial do Senegal, um retrovisor quebrado foi motivo para o motorista deixar dois mil francos.
GAMBIA É UM EXCELENTE LUGAR PARA MANDAR TODOS AQUELES QUE SABOTAM O BRASIL!
SEM DIREITO A BANHO DE MAR, COMIDA BOA E PISCINA!!!!!
Voltamos a Dakar com uma grande historia e experiência que será exigida em algum outro momento de nossas vidas!
Antes de chegar a Dakar, passamos por uma das maiores atrações de Dakar, o Lago Rosa.
Mas, ele não estava rosa, olhamos, voltamos pra casa!
O Tal mereceu uma boa gorjeta do grupo, certamente era o salário de uns 3 meses!
Ele ficou muito feliz e nos também!!!!
Ultima noite em Dakar, um, dois, três, pizza outra vez!!!
11º Dia – 29 de setembro – Dakar – Johanesburgo – Nelspruit
Acordamos as 4 horas, as 4h30 os últimos dois km, que separam nosso hotel até o muito modesto aeroporto de Dakar. Um atendimento confuso da companhia aérea!
Tivemos a informação que o vôo que vem de Washington, estava atrasado, 1h30.
Fatalmente perderíamos nosso transfer atá Nelspruit, com a facilidade da internet e a eficiência das empresas sul africanas, mandei uma mensagem pra empresa que nos levaria, eles disseram que não nos esperariam, mas indicaram duas outras empresas.
No momento que o vôo estava para sair, recebi a confirmação que outro transfer estaria a nossa disposição!
Após 7 horas de um vôo tranqüilo, chegamos a Johanesburgo, ficamos em uma fila de 40 minutos, 3 pessoas na aduana para receber 400 passageiros, em um aeroporto internacional, maior da África que recebe gente do mundo todo, é um absurdo!
O simpático Johan, ex caminhoneiro estava com um cartaz com meu nome nos esperando!
Nem combinamos o preço, mas eles são muito sérios, o valor era justo!
Chegamos em Nelspruit as 23h59.
12º Dia – 30 de setembro – Nelspruit – Park Krueger
Mais um dia intenso, acordamos as 4h30, para uma grande emoção, visitar a maior reserva do mundo, Parque Nacional Kruger, maior que a Bélgica.
Bernard, o simpático guia, na hora marcada estava nos esperando.
Ele falava e entendia um pouco de espanhol e algumas palavras em português.
Saímos cedo, estava frio, não fomos preparados, o carro era aberto, passamos frioooo!
Somente depois de uns 30 km de friaca, o motora nos deu ponchos bem quentes, ufa!!!!
Em uma das portas do parque, paramos para fazer os tramites.
Ultimas explicações fomos em busca dos BIG 5, e de todos os muitos animais nativos do parque Kruguer.
Logo no começo do percursos os primeiros animais aparecem, antílopes de todos os tamanhos.
Aparecem o primeiro dos BGI 5, a girafa!
A primeira sensação é, eu já vi no circo!
Logo depois da o blig, blig.
Os animais estão em seu ambiente natural, eles nasceram ali, e vivem ali a vida inteira!
Todos os amimais são nativos!!!
Elefantes, búfalos, rinocerontes, hipopótamos, um a um aparecem ali na nossa frente!!!
Os guias vão passando informação, uns para os outros.
Surge a informação de uma leoa, fomos em busca, de longe vimos ela em paz no meio de um leito vazio de um rio.
As paradas para café e almoço são em lugares muito agradáveis, o parque é muito bem cuidado.
As imagens falam por si!
Faltou o leopardo para completarmos o BIG 5.
Voltamos a uma das portas, pegamos outro carro, com uma guarda do parque, não tão eficiente como o Bernard.
A primeira cena valeu as 3 horas de safári noturno.
O leopardo perseguindo um antílope, ignorou os carros, cruzou a estrada, cada vez que o antílope virava, ele se abaixava, ficava paralisado e se misturava com a vegetação.
Em um momento o antílope descobriu, o desanimado leopardo, saiu em outra direção.
Para nossa surpresa, o pequeno antílope volta para acompanhar o leopardo, marcando seus passos.
Seguimos os passeios, eu com um farol procurando animais, no outro lado uma norte americana.
Fizemos uma disputa quem via mais animais, em algum momento sofri um “golpe do imperialismo” …kkk
No final do safári, estava empatado, faltando 1km a moça achou uma girafa, nãooooo.
Praticamente perdido, faltando 500 metros eu vi uma mamãe elefante e seu filhote, mais a frente um grande grupo de antílope!
GANHAMOS!!!!!
Uma pizza em um pelo restaurante no caminho ate Nelspruit, comemoramos nossa ultima noite em terras Sul Africanas.
13º Dia – 1 outubro – Nelspruit – Suazilândia – Johanesburgo – São Paulo
As 7 horas, Hans, descendente de alemães de 5ª geração, era nosso ultimo condutor.
Eu decidi passar por dentro da Suazilândia, um reino africano que fica bem perto de Nelspruit.
A idéia que eu tinha da Suazilândia era um pais pobre e tribal.
Logo na aduana, vimos que era diferente, um prédio organizado e com painéis eletrônicos.
Um pais alto, com belas montanhas, casas simples mas sem pobreza extrema.
Belos hotéis, 9 campos de golf, um excelente sistema viário.
Passamos próximo a capital Mbabane, vimos bonitos prédios, nas encostas das montanhas belas casas, o Osni deu um ótimo adjetivo:
– Suazilândia a Suíça Africana.
Foi uma grande e agradável surpresa para todos nós.
Paramos em um lindo lugar, com um belo artesanato, com destaque para as lindíssimas velas da Suazilândia.
Uma auto estrada liga capital a fronteira da África do Sul.
Logo na saída da capital Mbabane, pegamos uma chuva torrencial, granizo, as pedras explodiam no vidro da van.
A tempestade parou, e nos paramos em um restaurante para almoçar.
Secretamente eu pedi para a gerente do restaurante colocar uma vela em um bolinho, para cantarmos parabéns para a Vitoria, aniversariante do dia!
Após o delicioso almoço, vieram quatro funcionarias do restaurante cantando parabéns em Swazi, idioma local, também cantaram em inglês.
No ultimo dia, o momento mais emocionante de toda a viagem!
No retorno uma forte neblina, vagas soltas na estrada, uma ventania, davam um componente perigoso a viagem, que contrastavam com as excelentes estradas Sul Africanas.
O experiente Hans, desviou a rota, seguimos em paz, com um belo por do sol chegamos e voamos em paz…
OBRIGADO AOS VIAJANTES QUE ACREDITAM EM NOSSAS “VIAGENS”!!!
Marcos Pinheiro
SAWABONA – SHIKOBA
Existe uma tribo no sul de África com um costume verdadeiramente belo.
Quando um membro da tribo se comporta de maneira inadequada, os demais membros conduzem essa pessoa ao centro de sua aldeia e todos a rodeiam. Durante dois dias eles recordam a essa pessoa todas as coisas boas que ela já fez.
Esta tribo acredita que todos nós nascemos perfeitos e merecedores de segurança, amor, perdão, paz e felicidade e sabem que durante nossa vivência podemos cometer erros e estes deslizes são apenas gritos desesperados de ajuda.
Eles acreditam que no anseio de se sentirem seres especiais e bons, as pessoas falham em seus comportamentos, então, reúnem-se para direcionar os que erraram e reconectá-los com sua verdadeira natureza, recordando-lhes de quem eles são e, na realidade, lembrando-os de que podem dar novamente as mãos à sua verdade.
Assim, quando isto ocorre, todos lhe repetem “Sawabona e ouvem em resposta Shikoba”.
“Sawabona” significa eu respeito você, valorizo você e você é importante para mim.
“Shikoba” então… eu sou bom e eu existo para você.
Este ato de reconhecimento reconstrói o interior da pessoa que errou, fazendo com que ela sinta-se querida e valorizada.
Com a linguagem do amor, esta tribo lembra diariamente que todos são especiais e que o interior de todos é bom, ainda que às vezes não atuem de forma correta. E a verdade é que, com ato, transmitem a mensagem de que nunca é tarde demais para viver sua verdadeira essência.
Quando nos comportamos de forma inadequada, estamos pedindo aos gritos que alguém faça com que nos sintamos valiosos.
O belo comportamento desta tribo nos mostra a importância do valor, do respeito e do carinho pelos demais e, assim, devemos educar os nossos pequenos. A partir desta premissa, sempre será possível influenciar positivamente.
Desejo que em breve toda humanidade possa compreender a importância de Sawabona e Shikoba, porque todos nós, precisamos que o nosso meio nos lembre que somos seres especiais que conservamos a capacidade de corrigir, surpreender, sentir, amar, perdoar, doar e sermos lembrados que se não nos comportamos da forma mais adequada, sempre teremos o poder e a força para começar de novo e corrigirmos os nossos erros.
Texto do site somos todos um!