O bando da Cangaceira Juliana
AGOSTO 2019 – Travessia no Velho Chico + Sertão de Alagoas + Aracaju
Nossa viagem começa dia 16 de agosto, destino litoral norte da Bahia, recarregando e ajudando a recarregar energias…
Dia 20 de agosto, voltamos para Sergipe, a primeira vista do Velho Chico já, bela!
Conversamos com o marinheiro da balsa, ele disse:
– Agora agora, não vai sair.
Aproveitamos para retratar no passagem, para nossa surpresa, a balsa se foi…
Como todas as frustrações, decepções e ação de outros agentes contra nós…
Temos que olhar em volta ver o que ficou de bom!
Caminhei pela margem, uma ponta de terra, eu sempre sou curioso pra saber o que tem depois do fim, pensei em ter visto duas sereias “velhochicanas” sentadas conversando, estou “variando”, ou pegadinha do Velho Chico ou não…..?
Caminhei apesar da distração, cheguei até o outro lado, para minha surpresa e sem surpresa, o retrato do Brasil, uma geladeira esquartejada por alguém e abandonada a própria sorte na margem do rio, a poucos passos mais pra riba, um iate chamado La Belle de Jour.
https://www.youtube.com/watch?v=l-FxY25lYzY
Chega a balsa, o outro marinheiro vem pedir desculpas, dizendo que ele não sabia que estávamos ali e que voltaram rapidamente, pra nos levar rio cruzando…
Cristo, Pão de Açúcar, Niterói, estaríamos nós perdidos?
Cruzamos entre o Povoado de Niterói, de onde vem muitos nadadores, em Sergipe e Pão de Açúcar em Alagoas.
Uma breve parada em Santana do Ipanema, resgatar as esculturas encomendadas com o Roninho, ele tem um lindo trabalho com sucata de ferro e outros materiais.
Meu sentimento não é de ir para Piranhas, mas de voltar…
Um sentimento de alegria e satisfação vem no primeiro avistamento…
Direto para a beira do rio, pedir licença e reverenciar o Velho Chico.
Os primeiros amigos já aparecem ladeira abaixo, de longe escuto meu nome, como só o Isaac pronuncia…
Primeira noite já foi de gala, dormir na Fazenda Remanso as margens do Velho Chico escutando as sabias palavras do seu Varti (Walter), o verdadeiro Sertanejo, Ribeirinho e a deliciosa comida feita pela sorridente Arlene.
Dia 21 de agosto, primeiro banho de Rio, mais amigos, Entremontes.
O povoado está em polvorosa!
Detalhes ajustados, mais uma história do Seu Celso Rodrigues, jantar na Claudia em Olho dagua do Casado.
Claudia, alguns puderam conhecer, mulher de fé inabalável.
Chances remotas de ter seus sonhos realizados.
Uma conspiração universal trouxe pra perto dela a oportunidade de cozinhar para uma novela, trazida por uma grande organização, atrair um programa de televisão de um narigudo…
TODOS FORAM USADOS PARA REALIZAR O CAMINHO DA FÉ INABALÁVEL DA CLAUDIA!!!
Melhor eles não saberem que foram usados…
Muito bom voltar sempre no Lar Doce Lar e comida e o sorriso da Claudia!!!
Fomos pra casa, com a segunda melhor vista de Piranhas, a melhor é a do cemitério…
Dia 22 de agosto, escuro, cruzamos o “véio” pela segunda vez, pegamos o caminho leste, volta pra Aracaju.
O primeiro encontro foi com mestre Jolênio (nome secreto{não tão secreto} de viajante), perdido, mas sempre achado e amparado.
Reencontro com Sayuri, e as novas amigas Mara e Aline.
As 10h50 uma avalanche de sorrisos desce do avião…
Muitos que eu só conhecia por mensagens por whatzap, rapidamente a afinidade a distância se confirmou ao vivo.
Vamos passear em Aracaju, primeira parada Espaço Zé Peixe, esqueci da “peixa” Juliana, voltei correndo…
Ela estava emaranhada nas redes e nos caldinhos “surururianos” do mercado de Aracaju…
Uma rápida e interessante visita ao mercado.
Na volta ao aeroporto, novos viajantes e sorrisos chegando.
Partem para o Sertão com a Léia, a Maria, aquela, bonita, sabe…
… no comando do bando…
Volto pra passear com Manuela, Roberto e Monica, mesmo indo para o mesmo lugar, vi diferentes imagens.
Um almoço com exóticos quitutes do litoral nordestino, obrigado família Pizzamiglio pelo convite.
Mais gente, mais sorrisos, mais conversas, mais encontros.
A chuva, todas as vezes que fui ao nordeste levei chuva, como diz meu vizinho “BÃO TAMBÉM”!!!
A chuva fez o azul atrasar, mas não demorou chegaram Flavio, Maisa e com a Victoria seguimos ganhando….
Seguimos, agora no comando virgulino, eu, coloco muitas virgulas….
Apresentação, kits, e uma história que não acabava mais…
O homem estava dentro do trem, entrou no túnel e morreu, tinha que adivinhar o conteúdo da história, isso durou mais de 1 hora.
Tem que adivinhar o começo da história, na próxima viagem continuamos…
Parada para comida em Ribeirópolis, a paçoca foi o destaque!!!
A história do homem que morava em um prédio, no 15º andar duas belas moças, no 10º um casal de idosos, quando ele entrava no elevador acompanhando ele subia até o 15º, quando subia sozinho ia até o 10º…
Essa história ainda não teve fim…
Como disse o Bernardo, será que eu sei mesmo o final da história…? rs
Essa fica “paroano” (adoro essa palavra em nordestinês…).
Cruzamos o Chico “Véio”.
Chegamos em Piranha, tarde, cansados e felizes…
Dia 23 de agosto – Encontro na praça, saímos em carreata e “onibusata” (inventei agora) para o Restaurante Karrancas, que fica na cidade de Canindé do São Francisco, as margens do Lago de Xingó, cruzamos o Chico…
O catamaran Frei Damião, capitaneado per comandante Geraldo, nos conduz navegando tranquilamente entre as margens Sergipana e Alagoana até entrar, ao som da música Carruagens de Fogo (durante muitos anos eu nem podia escutar essa música porque a federação de triátlon de Santa Catarina fez uma vala no disco, só tocava essa durante 1 hora de premiação, mas já faz muito tempo, tinha esquecido) nos Cânions do Talhado.
O amigo Samir Barel, foi o primeiro a pular na já sabida profundeza do lago.
Um a um, foram pulando no lago, parecendo bombas da paz.
Ao som de uma falsa corneta largada para “ozum” kilometro até o show da natureza, ponto final do Cânion.
Água 27 graus, suco de umbu, caja, pele macia…
Olho travoso (sem óculos)
https://www.youtube.com/watch?v=XABq09zWmp0
A lancha relax, pilotada pelo Sergio, nos deu segurança!
“ Vortemo ozotrozum”
Thais e Renata, voltaram comigo, pena delas, “mandei” elas pulares na água sozinhas, sem amparos “renatianos” e “raulianos”, não tiveram tempo pra pensar, foram pra prancha…
Renata e Thais, deixaram os bichos papões nas águas esverdeadas…
Almoço na fartura karranquina! Sorriso do Anselmo, o suco de melancia fica “paroano”…
Primeiro ato finalizado.
Mais um encontro, auditório lotado, menos medo do remanso…
Dia 24 de agosto – Amanhece com chuva torrencial em Piranhas, coitada da chuva, nem chegava no chão, a quentura já era de manhã…
A cozinheira da Pousada Imperador, me disse que hoje seria o dia do dia do bolo de milho, o melhor do mundo com a macies do lente condensado, eu perdi!!! Só “paroano”!!!
Descida da ladeira, aos poucos o bando chega, ao mesmo tempo que os barcos encostam no porto.
Barcos atrasados, quase um leilão de barqueiros, no final o Samir, somente eles ficou sem barco.
Ufa, largamos!!!!
O primeiro trecho uma aparente tranquilidade….
Logo começa a “baixaria” como diz a música os saudosos Mamonas Assassinas…
As panelas jogam as pernas pra lá e pra cá, passa a primeira, dá uma acalmada, depois vem outra mais forte.
Bem diferente de nossa vida, que sempre é muito tranquila….?
Sim as situações do esporte devem ser transportadas para nossa vida, aprendemos lições para distribuir para os dois, a vida e a próxima aventura esportiva.
Apareceu um barqueiro atrasado.
– Cara, vai lá com o Samir! O atrasado fechou o 100%.
Uma das mais belas imagens da prova é o encontro dos seiskilometristas.
Uma reunião de sorrisos, na margem sergipana do Velho Chico.
Poucos se deram conta que o 6 km cruzou de um estado para o outro.
Outros se sentiram encorajados e seguiram a viagem natatória rumo a Entremontes.
Chegada em Entremonte, não tinha som, como assim!!!
Foi desviado para atender a um enterro…
Se não ocorresse algo assim, uma história para os livros de Ariano Suassuna, não teria graça….
Entremontes em festa, todos felizes, injetamos “milhões de centavos” na frágil economia.
Pelo menos 15 mil reais, entre o serviço dos barqueiros e vendas de rendas.
Chega o som…
Sim todos chegaram bem, felizes realizados, começa a sessão historias, cada um com a sua mais espetacular.
Tubarão piranha não, essa é demais…rs.
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem…
https://www.youtube.com/watch?v=3IIeLgFXFGc
Agradecimentos a Entremontes, lixo recolhido, frutas aos porcos…
Eu Marcelo e Andria, retiramos a boia no braço, vento contra e corrente a favor, foi só pensar e se deixar levar…
Angicos só nosso, ótima comida e, ele apareceu, o suco de melancia, valeu Henrique, não ficou “paroano”.
Foram muitas as conversas, as conquistas, mudanças de atitude, nessa terra de gigantes…
http://www.letrasdemusicas.fm/engenheiros-do-hawaii/terra-de-gigantes
Chegou a hora da Trilha para a Grota de Angicos, a Juliana não pode ir…
Só que não!
A dois anos levamos minha prima Roberta, sim vamos fazer o mesmo com a Juliana.
Tive o cuidado de perguntar se ela gostaria de ir na trilha, sem contar como e porque, acho que fui grosseiro com uma amiga dela que disse que achava melhor a Juliana não ir, pra não estragar a surpresa, eu disse, que a pergunta era pra Juliana, mas já pedi desculpas!!!
O Hildebrando, nosso amigo funcionário do Restaurante preparou a padiola com a rede.
Juliana, já caminhava para o barco, onde tranquilamente voltaria pra pousada…
O erro da Ju, subir a escadaria, abandonar o barco…
Sim Juliana, vamos pra trilha, dia de princesa, de rainha, a preferida do Cangaço Nadador!
Quando levantei a menina, a “memoria afetiva” do meu ombro gritou!!!
Logo entendi, a Roberta tinha 37 kilos, a Juliana um “pocão” mais!!!
Já que “tamo vamu”, logo se apresentaram muitos voluntários, e uma voluntaria, revezando, até a Grota do Angico.
Após uma bela e longa explanação do lampião, dormi na pedra, sem medo de ser atacado…
O bando chegou orgulhoso de sua rainha cangaceira, Juju Sorriso!!!
Na volta eu contei o segredo para a Juliana, a tática da volante era de trazer somente as cabeças,
pois os corpos dos gangaceiros, não caberiam nos barcos e nem em uma rede….
A volta do Catamaran, todos podemos ver os trechos nadados com alguns sustos posteriores…
A noite a cereja, ou seria, a fruta do cactos da expedição…
Desce a ladeira, da prefeitura até a praça, acompanhada com a espetacular Filarmônica Mestre Elísio,
brilhantemente comandada pelo Mestre Willamy.
Alguns riam, outros dançavam, muitos choravam!!!
Premiação na praça, chapéu de cangaceiro, discurso da Prefeita, PRONTO!!!!
Dia 25 de agosto – O treino, atravessar o rio de Alagoas para Sergipe, 200 metros moleza…
Não!!!
Todas as incursões em mares, florestas e desertos merecem atenção.
Para três aprendiz de nadadores, era a Travessia da Vida, Maísa, Gisele e Bernardo.
Um choro e três enfrentamentos.
Chegamos!
Último ato – Fim!
Uma paçoca em Ribeirópolis e uma janta no Mangará em Aracaju, foram a “rapa do tacho”.
Deixo nosso profundo e emocionado agradecimentos aos atores desse espetáculo, nadadores, barqueiros, cozinheiras, prefeitura, garçons, marinheiros, tio do auditório, amparadores(não gosto da palavra staff), moradores, bordadeiras.
e ao VELHO CHICO.
OBRIGADO PELO QUE RECEBEMOS, DINHEIRO, PALAVRAS, ABRAÇOS, BEIJOS, CARINHO,!!!
Sim, voltaremos, dia 20 de agosto de 2020, estaremos esperando mais sorrisos no Aeroporto de Aracaju.
Abraços a todos, Marcos e Léia
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