Cabo Verde – Viagem 43 – Travessias Pelo Mundo + 3 bônus.
Um pequeno e belo pais desconhecido da África Insular.
(alguém sabe quais países africanos são ilhas?)
1 º Dia – 28 de novembro (quinta) – Salvador – Ilha do Sal
No primeiro encontro em Salvador, teve gente que esqueceu a mala…
Belo passeio noturno por Salvador, acabando com um acarajé no Rio Vermelho.
O voo 661 da Cabo Verde Airline, saiu antes do tempo previsto.
A companhia de Cabo Verde foi comprada em 2019 pela Icelandair da Islândia.
O Boeing 757 ainda com a pintura da Icelandair, em ótimo estado, nos conduziu até a Ilha do Sal.
2 º Dia – 29 de novembro (sexta) – Ilha do Sal – Ilha de São Tiago – Praia – Tarrafal
Na chegada a Ilha do Sal, José nosso simpático motorista, agora já um amigo,
nos esperava com um sorriso e um micro ônibus novinho.
Nossa primeira parada foi uma padaria, as simpáticas atendentes se divertiram com os barulhentos e sorridentes brasileiros.
Passearmos por Espargos, comemos laranja no mercado e almoçamos no restaurante da Lali,
onde somente caboverdeanos comem.
Ela ficou bem feliz, fez questão de fazer uma foto conosco.
Voltamos para o aeroporto, embarcamos para a Cidade da Praia, Ilha de Santiago.
A companhia aérea Binter, das Ilhas Canarias, assumiu os voos inter- Ilhas, usa os aviões ATR turbo hélice.
Um passeio pela capital e maior cidade do pais com a metade dos habitantes, 250 mill.
Fora do pais estão perto de 1 milhão de caboverdeanos.
Boa parte do PIB de Cabo Verde é de envio de dinheiro feito pelos imigrantes.
Frutas na feira, sorvete, seguimos viagem para Tarrafal.
Em duas horas e meia de subidas e descidas pelas montanhas, chegamos a Tarrafal, local da Travessia.
Primeiras caminhadas pelas ruas da pacata Tarrafal.
Alguns para pizzaria, eu tomei um a canja de galinha com gosto de sopa de siri, não me perguntem detalhes, estava uma delícia.
3º Dia – 30 de novembro (sábado) – Tarrafal
Alguém do grupo se enganou e foi tomar café na padaria, logo na mais bela vista que eu já tive em um café….
E um café maravilhoso…
Sem citar nomes…..ja……
Vera nos tratou muito bem no hotel, estávamos em casa.
Nos encontramos com Eliseu, nosso guia até o Monte Graciosa, conhecido como montanha do elefante deitado.
Parecia que não conseguiríamos, mas bravamente chegamos até o limite da subida com segurança.
Calor, muitas pedras no caminho, mas a chegada no alto da montanha e a vista valeu todo o esforço.
Fizemos uma aposta, eu Jairdo e Valdinei, para usar como estimulo para perder peso, que os 3 precisávamos, tudo filmado pela Lucia e sacramentado pelo Luciana que não precisava perder peso.
Para alguns representou mais que uma simples caminhada…
Deixar na montanha, além de suor, força, lagrimas…
Pensamentos e lembranças que tem que ser esvaziadas de nossa mente e memória.
Umas das mais belas vidas que vi na vida.
4º Dia – 1 de dezembro (domingo) – 12ª Travessia Tarrafal de Santiago
Fizemos muitas doações, cada um trouxe materiais escolares para doar,
os colegas Marta e Victor trouxeram uma “tonelada” de caixas de lápis de cor.
Vimos muitos sorrisos.
Se no futuro surgir um novo Kiki Lima, o mais famoso pintor de Cabo Verde, no Tarrafal,
teremos talvez contribuído…
Esse é o quadro que eu mais gosto do Kiki Lima.
Reencontramos os amigos Julio e Emmanuel, a prova teve recorde de inscritos.
Eu sugeri que Emmanuel fizesse uma prova de 1 km, ele fez.
Foi um sucesso, acredito que vai ficar sempre.
A Travessia me recordou o que aconteceu na Turquia em 2014,
eu tinha como missão acompanhar a Teresa Tuk Tuk e a Patrícia Azeite.
As meninas foram muito bem, Tuk deixou dois para traz, e a Patrícia, nadou 90% da prova de costas, seu melhor estilo.
Estivemos no pódium em todas as categorias, Gustavo em primeiro na prova de 2500 metros,
Victor que tem 60 anos, em segundo.
No feminino Neusa ficou em segundo no 2500 metros.
Na prova de 1 km, Rosa ficou em segundo e Luciana em terceiro, Valdinei em segundo e Gabriel em terceiro.
Arthur ganhou um certificado de “menos velho” e o Patrício o “menos jovem”.
A família Costa ficou bem feliz com as belas estreias de Arthur e Gabriel.
Todos felizes, deixamos nossa mensagem.
Voltamos para a Praia por outro caminho, passamos pela comunidade dos Rabelados.
Rabelados
Os Rabelados (do português rebelados) são uma comunidade religiosa que se encontra principalmente no interior da ilha de Santiago de Cabo Verde. Formaram-se a partir de grupos que se revoltaram contra as reformas na liturgia da Igreja Católica, introduzidas na década de 1940, e se isolaram do resto da sociedade.
História
Nos anos quarenta do século XX a Igreja Católica enviou para Cabo Verde alguns padres para substituir os locais, introduzindo alterações na celebração das missas e nos costumes religiosos.
Alguns grupos se rebelaram contra essas alterações. Conhecidos em crioulo como rabelados (rebelados, revoltados), passaram a exercer as suas antigas tradições na clandestinidade.
Os Rabelados foram ridicularizados pelo resto da sociedade, denunciados e perseguidos.
As autoridades desterraram-nos para outras ilhas e muitos chegaram a ser detidos.
Obrigada a formar grupos coesos para sobreviver, a comunidade dos Rabelados refugiou-se principalmente no interior de Santiago, nas zonas montanhosas de difícil acesso, nomeadamente nos concelhos do Tarrafal e de Santa Cruz. Nessas condições de semi-clandestinidade e isolamento foram preservadas as tradições religiosas e culturais e a independência face à hierarquia católica e ao poder político.
Atualidade
A maior comunidade de Rabelados vive atualmente em Espinho Branco.
As habitações são muito simples e os Rabelados recusam símbolos de modernidade como rádio ou televisão, assumindo um cunho tendencialmente milenarista. Dedicam-se principalmente à agricultura, à pesca e ao artesanato. Os atos religiosos são realizados aos sábados ou domingos. Nesses dias não trabalham, percorrem grandes distâncias a pé até aos locais de culto e jejuam até meio da tarde.
Os Rabelados tendem a desaparecer, à medida que a geração mais velha vai morrendo.
Os mais novos se afastam das tradições religiosas e já não encontram sentido nas práticas dos seus antepassados. O chefe da comunidade, Nho Agostinho, morreu em 2006. O atual líder é Moisés Lopes Pereira. A comunidade em Espinho Branco é composta por cerca de 2000 pessoas.
Recentemente houve alguma abertura ao exterior e estudos sobre esta comunidade. Júlio Monteiro escreveu – Os rebelados da ilha de Santiago de Cabo Verde (Centro de Estudos de Cabo Verde, 1974).
No ano 2004 foi gravado um CD com os cânticos religiosos dos Rabelados, que inclui temas tradicionais raramente interpretados por outros.
Historicamente, os Rabelados permanecem um símbolo da resistência e espírito de independência do cabo-verdiano face aos poderes instituídos.
Texto adaptado – Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esse quadro que esta para vender na pequena lojinha de artesanato,
reflete a visão que eles tem da comunidade.
São bem diferentes as rotas para Tarrafal, o caminho por Caleta de São Miguel vai quase sempre a beira mar, com belas paisagens.
Literalmente dormimos na Praia, na Cidade da Praia.
5º Dia – 2 de dezembro (segunda) – Praia – Ilha do Sal
Voltamos para a Ilha do Sal.
Na primeira passagem era pra conhecer o dia a dia de uma cidade Caboverdeana e aguardar nosso voo.
Agora nosso destino é Santa Maria, o Caribe Caboverdeano.
José nos deixa em nossa hospedagem com 5 estrelas do mar!!!!!!
A melhor hospedagem que fiquei nas 43 viagens que fiz com grupos.
Vista de nossa casa….
Um prédio com 12 apartamentos, 6 de frente para o mar, destes eu aluguei 3.
O maior dele, uma cobertura tríplex, sendo que o ultimo “plex” era uma varanda no telhado, com uma espetacular vista para a praia e uma vista de parte da cidade.
Ariane comandava as operações, foi ótima como todos os caboverdeanos.
O primeiro almoço foi na Bia, onde comem os trabalhadores de Santa Maria, especialmente os taxistas.
Quase impossível passar uma semana em Cabo Verde, sem ter uma “ligeirinha”, “piriri”, caganeira, para ser bem claro.
Apesar da agua ser dessalinizada, o tratamento e armazenamento não é bem feito, a comida é fervida, as vezes a armadilha está no gelo do suco, foi o meu caso, fui o primeiro a ser atingido por uma cag…..
O segredo é pedir gelo de água de garrafa!!!!
Primeiros passeios pelo centro de Santa Maria, que fica a 50 metros da nossa residência.
O apartamento grande era a base, onde fazíamos os cafés e almoços, chamado de casa grande.
Formamos um grupo de corrida, primeiro eu e a Marta.
Cabo Verde No Stress, esse é o lema turístico do pais.
O único stress de Cabo Verde são os senegaleses, que dominam as lojas em Santa Maria, eles tem uma forma agressiva de vender.
Alguém de nosso grupo foi comprar um quadro, eu estava junto e perguntei o preço, ele disse, quanto quer pagar?
A colega falou 10 euros, ele disse não!!!
Custa 40 euros. Em uma passada na mesma loja o preço era 50 euros!
Foi comprado por 25 euros.
Começamos a correr eu e a Marta, eu precisava desse estímulo para começar a perda de peso.
6 º Dia – 3 de dezembro (terça) – Ilha do Sal
Mais um dia de corrida, o grupo aumenta, agora somos 4, com Valdinei e Luciana.
Um dia de morador, fizemos compras, café da manhã em casa.
Eu e o Valdinei fomos até o trapiche público, onde os pescadores trazem os peixes, entregam para as mulheres que limpam e vendem o peixe, compramos postas\filé de tuna ou atum.
O primeiro almoço foi espetacular, valeu chef Valdinei.
Dia de nadar, caminhar, passear.
7 º Dia – 4 de dezembro(quarta) – Ilha do Sal
Dia de passear pelas atrações da Ilha do Sal.
Primeira parada Villa da Palmeira, deixamos tudo acertado em um restaurante pra volta.
Buracona, um buraco que entra um raio de sol ao meio dia e deixa a água bem azul, mas, o mais bonito é a vista do costão ( pedras na beira do mar) ver a força da água entrando em uma grande fenda, em algum momento formasse uma cacheira de água salgada.
O Almoço estava muito bom em um restaurante bem simples, comandado por um caboverdeano que fez a vida e se aposentou na Holanda como chefe de cozinha.
Um lugar que apelidamos de Mad Max, pela vegetação e pelas casa que os nativos fizeram para alugar sapatos aos turistas caminharem dentro da água até ficarem perto de tubarões que vem se alimentar.
Última parada do dia foi na Salina, o que era uma empresa que produzia e vendia sal, agora o sal é o segundo negócio, o turismo de flutuar em um lago morto é uma máquina de dinheiro.
Alguns dos colegas aproveitaram uma “suposta” lama medicinal e viraram monstros do pântano…
7 º Dia – 5 de dezembro (quarta) – Ilha do Sal
O prato do dia foi Delicia da Aglair, mais um espetáculo gastronômico.
Corrida, praia, pegar jacaré próximo ao farol, explorando tudo em Santa Maria, na Ilha do Sal.
Estadia 4 na Ilha do Sal
8 º Dia – 6 de dezembro (sexta) – Sal – Salvador
Juntamos todas as bagagens em um apartamento, com isso pudemos ficar até a tarde na hora do voo de volta.
Cada um fez uma atividade, corrida, missa, compras…
Aproveitamos o máximo o ultimo dia lindo de sol.
Nosso voo atrasou 4 horas para sair.
9 º Dia – 7 de dezembro (sábado) – Salvador
Chegamos em Salvador, alguns colegas perderam seus voos, mas a Cabo Verde honrou e pudemos trocar todos os voos.
Foi mais uma oportunidade para ficarmos mais tempo juntos.
Muito obrigado aos viajantes que me proporcionaram uma viagem espetacular, com absoluta tranquilidade e zero estresse, com muitas descobertas, atividade física, excelente comida e muito companheirismo.
1 – Luciana
2 – Rosa
3 – Maria Teresa
4 – Patricia
5 – Aglair
6 – Liz
7 – Valdinei
8 – Roberta
9 – Marco
10 – Neusa
11 – Isaura
12 – Patrício
13 – Jairdo
14 – Lucia
15 – Gabriel
16 – Arthur
17 – Victor
18 – Marta
19 – Gustavo
20 – Marcos
Até a próxima!!!
Para de nós a viagem não acabou, pegamos um avião para Porto Seguro, alugamos um carro para chegar até Caraiva.
Rosa, Aglair, Valdinei, Patrício, Gustavo e eu, formávamos a tripulação dessa vez.
Primeira parada foi em um boteco chamado Sorriso do Mar, que não demos muito valor,
mas fomos surpreendido com uma ótima comida.
Chegamos em Caraiva debaixo de chuva.
Eu fui em Caraiva pra talvez fazer um evento nos mesmos moldes do evento que fazemos no Rio São Francisco.
Amanheceu chovendo, esperamos um pouco, mas decidimos encarar e vir da Praia do Espelho até Caraiva a pé pela praia.
O combinado era que o Valdinei nos leve de carro, volte e venha correndo pela praia até nos encontrar.
Pegamos muita chuva e lama, tivemos que segurar o carro que estava indo para uma vala na beira da estrada.
Chegamos a Praia do Espelho, descemos o barranco e seguimos viagem, o Valdinei voltou.
Caminhamos até chegar a uma falésias, não conseguimos transpor,
tivemos que voltar, voltando encontramos a trilha,
atrasamos mais ou menos uma hora.
Chegamos no alto de uma grande falésia de longe vimos uma família de pescadores.
Demoramos tanto que o Valdinei já tinha se casado, já tinha filhos….(risos).
Mais adiante encontramos o Valdinei nadando, após correr uma parte do percurso.
Um cachorro nos acompanhou a trilha inteira, ficamos preocupados com ele quando chegamos a Caraiva,
mas um nativo nos disse que são dois cachorros que vão e vem nesse percurso com os caminhantes.
Dia de voltar, o sol voltou a brilhar em Caraiva, talvez uma das indicações que o evento não aconteceria em 2020,
não deu o “bling bling”, como aconteceu em Piranhas, Alagoas.
Mas é um lugar interessante, quem sabe no futuro, de comum com Piranhas, um excelente bolo de milho no Mercadinho do Pelé.
Para nosso “grupeto” a viagem foi excelente, uma experiencia com algum desconforto pela chuva, mas a força do grupo, minimizou e transformou!!!
Cruzamos o rio, lá estava ele, nosso companheiro de trilha, aguardando alguém pra voltar pro seu espelho.
Ganhou uma recompensa, uma comida.
Não, a viagem não acabou, nos despedimos do Gustavo e aproveitamos muito bem a escala de 6 horas em Brasília.
Os amigos, Roger e Teresa nos levaram no que para mim é o MELHOR RESTAURANTE DO MUNDO, O Mangai em Brasília, para minha surpresa, vimos uma placa de melhor restaurante do Brasil, tive a certeza de não estar exagerando.
Recebemos a visita das colegas de viagem Chica e Daniela, foi um jantar espetacular e animado.
Fechamos com camarão crocante “ de ouro” e cartola nossa viagem numero 43!
Até a próxima.
Marcos Pinheiro