DIARIO DE BORDO – O segredo do Lago
Por Marcos Pinheiro
31 a 14 de agosto
31 de julho – São Paulo – Helsinque
Todos a caminho de um velho mundo novo.
1 de agosto(terça) – Helsink (Finlandia)
A escala em Paris, no gigante e complicado aeroporto Charles de Gaulle.
Embarcamos com a Finnair, as 14h50, chegamos as 17h em Helsinque.
Incrível, logo na entrada do aeroporto cruzei com a pessoa mais famosa da Finlândia, Mika Häkkinen, piloto bicampeão da Formula 1.
Muita gente circulava no aeroporto, banheiros com som de pássaros, espetacular, mas, estavam sujos!
Compramos bilhetes e fomos de trem para o centro da cidade, de lá, pegamos o bonde até o hostel, que foi escolhido por ficar próximo ao porto.
Um hostel moderno, as vezes de tão perfeito, parecia um hospital….
Primeiros passeios pela surpreendente capital finlandesa, com destaque para a Igreja Ortodoxa Russa.
Banhada pelo mar báltico, a capital é voltada para o mar, com conexões com Rússia, Suécia e Estônia, com barcos que levam passageiros, carros e cargas.
2 de agosto – Helsinque – São Petersburgo
Uma das funcionárias do hostel era filha de mãe brasileira, descendente de japoneses com o pai finlandês, o pai foi trabalhar em São Paulo,
tomava café todos os dias em uma lanchonete onde a mãe dela trabalhava.
Descobri que homens finlandeses, se casam com estrangeiras, com quem será que se casam as mulheres finlandesas?
Pegamos um barco no porto, fomos visitar a Fortaleza de Suomenlinna.
No intuito de proteger as províncias suecas na Finlândia e o próprio país do avanço russo, Frederico I da Suécia mandou erguer em 1747, nas seis ilhotas do arquipélago em frente à cidade de Helsinque, uma fortaleza destinada a fechar e controlar as possíveis incursões navais e terrestres das tropas dos czares.
Em 1772 estava concluída a fortificação de Sveaborg: as ilhotas formavam um sistema defensivo articulado, envolvidas por uma cintura de proteção de muralhas de granito.
Em 1808, no decorrer da Guerra Finlandesa, as tropas do czar cercaram a fortaleza, forçando os suecos a renunciar à posse de Sveaborg.
Como consequência da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, os finlandeses conseguiram obter a sua independência. A fortaleza foi então rebatizada como Suomenlinna, sendo parte de suas instalações requalificadas como um centro artístico e cultural.
Atualmente, as tranquilas galerias de arte convivem com a Escola Naval finlandesa.
O conjunto da fortaleza encontra-se classificado como Património da Humanidade pela UNESCO desde 1991.
Por sorte viemos no verão!
Estava combinado que as 17h, nos encontraríamos no hostel para saímos para o embarque.
Parte do grupo não chegou, em consideração aos que chegaram cedo, fomos.
No momento que entravamos no trambi, o grupo chegava no hostel.
Decidi por descer no próximo ponto, disse pra eles me esperarem no ponto mais próximo a estação de trem, e voltei ao hostel, e conduzi o restante do grupo.
Entramos no trambi, no meio do caminho vi o restante do grupo, por sorte nos encontramos, porque eles estava no ponto errado!
As 18h estávamos no porto, para embarcar no Princess Anastacia.
Não era muito fácil encontrar as cabines, chegamos, eram pequenas, mas o suficiente para 3 pessoas, o navio era antigo, mas foi reformado.
Passageiros, a maioria chineses e russos voltando de férias.
Durante a viagem, descobri que cometi um erro, achei que a hospedagem em São Petersburgo, era no navio, e não era.
Lembrei de três indianos que estavam no navio, perguntei a eles onde eles se hospedariam, eles disseram, Central City Hostel, bom, essa seria nossa referência.
3 de agosto(quinta) – São Pertersburgo (Russia)
Acordei cedo, sol e vento forte e frio, eu era o único no deck superior, já era possível ver terras russas.
Ao chegar no porto, todos os passageiros saíram ao mesmo tempo do barco, ficamos mais pra traz.
Na chegada na aduana, um imenso bolo de gente, se amontoava pra dar entrada na Rússia.
Percebi que uma outra aduana para russos, eu lembrei que como acontece em todos os lugares, quando acabam os cidadãos do pais, eles chamam os demais.
Nos sentamos de frente para a aduana dos russos, uma policial abriu a porta por duas vezes e , olhou como quem diz, o que esse povo está fazendo ai?
Logo depois ela chamou, estávamos apostos, entramos rapidamente.
Nosso uniforme foi importante, fizeram perguntas pra mim, os demais já passaram direto.
Pegamos três taxi, demos o endereço do Central, City Hoste, o GPS se confundia, mas indicava para o centro da cidade.
Paramos em uma esquina, deixei o pessoa e fui atrás de hotel, em aproximadamente 30 minutos estávamos instalados, primeiros as mulheres em um hotel, eu, Valdinei e Assis, em um pequeno hostel, no mesmo prédio.
Muitos apartamentos viraram hotéis no centro da cidade.
A poucos metros do hotel, tinha um restaurante, pelo que entendemos, comida típica russa.
Era melhor pedir pela foto, mas mesmo assim, teve gente que pediu file com purê e comeu, massa com cogumelo…
Não cito nomes! k
Estávamos a poucos metros do Museu Hermitage.
Um dos maiores museus do mundo, às margens do rio Neva.
Sua vasta coleção, com 3 milhões de peças, possui itens de praticamente todas as épocas, estilos e culturas da história russa, europeia, oriental e do norte da África, e está distribuída em dez prédios
Neste conjunto o papel principal cabe ao Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos Czares quase ininterruptamente desde sua construção até a queda da monarquia russa.
O núcleo inicial da coleção foi formado com a aquisição, pela imperatriz Catarina II, em 1764, de uma coleção de 225 pinturas flamengas e alemãs do negociante berlinense Johann Ernest Gotzkowski.
Demos sorte, era de graça, bem no dia que chegamos.
A localização do hotel, era perfeita, possibilitando caminhar para os principais monumentos da cidade.
No fim se tarde eu e o Assis, tomamos café em um lugar espetacular, parecia uma antiga cave.
4 de agosto(sexta) – São Pertersburgo
Casa um foi para um lado, eu me perdi do grupo que iria fazer o tour de ônibus, acabei caminhando pela cidade.
Encontrei, Doris, Ariane e Silamra na entrada da Catedral do Sangue Derramado, a mais impressionante igreja que já fui, toda em mosaico bizantino, pude ver a emoção da Doris como arquiteta!
Rodei toda a região central da cidade, como “legado” da arquitetura soviética, somente um prédio.
Nos encontramos todos no hotel para voltar ao navio, contratei 4 taxis, pedi para a moça do hotel, solicitar, sempre mais seguro.
Saímos em comboio, na chegada a polícia levou nosso taxista para a central de polícia, pelo que entendi, ele estava com documentos atrasados.
Um dos taxi não chegou, onde estavam Valdinei e Ariane e Silmara.
Por sorte era o Valdinei que tinha experiência em situações de risco…
Foram, longos, 5, 10, 15, 20 minutos e nada.
Falei com um policial, mas ele não entendeu nada, me levou até a central de polícia, falei com o taxista “preso”, ele não sabia de nada.
Mais 20 minutos, chegou o taxi com os sorridentes viajantes.
A pior parte foi o cc do taxista, sovaco muito fedorento!!!
Ele passou em casa para pegar documentos e foi para o porto de cruzeiros, outro lado da cidade!
Com as duas aulas de russo com a Professora Sara em Floripa, pude agradecer ao chefe de polícia:
BOLSHOI SPACIBA (muito obrigado)
Ele respondeu:
– PAJALUSTA, PAJALUSTA (pajalsta) – Por favor, por favor, ele respondeu!
Embarcamos no navio, o navio com muito menos passageiros, e mais animados.
Quando eu saí do salão de festas, as 22h o comandante do navio estava dançando com uma de nossas viajantes, apesar de livre e desimpedida, não gosto de citar nomes não é Lourdes…k
Um(a) de nossos viajantes chegou pela manhã na cabine e outr@ participou do concurso de quem bebe mais rápido, andou dando um “triplo mortal carpado” o “joielhin deu pobrema”.
Toda a tripulação estava na pista de dança, ninguém sabe quem estava no comando!
Escutei falar que rolou até “bundalelê”…..
5 de agosto(Sábado) – Helsinque –Talin
Amanhecemos em terras finlandesas, pouco antes do porto, o navio deu um giro de 180 graus, o prático (manobrista do navio), estacionou de ré em um espaço bem pequeno, incrível a manobra.
Chegamos as 8h30, fomos para o balcão da outra empresa que nos levaria para Talin, na Estônia, mas algo estava errado, estava vazio, um casal de norte-americanos, estava lá também, perdidos.
Passou uma moça e disse que teríamos que ir para o terminal 2, fomos eu e mais duas colegas, confirmamos que era lá mesmo, comunicamos aos demais e eles vieram.
O terminal parecia um aeroporto de última geração, desses que vamos demorar pra ver um igual no Brasil, as 10h30 parte um navio lindo moderno, bem diferente do outro que fomos pra Rússia, com destaque para uma luminária em forma de cavalo em tamanho natural.
Esse barco é famoso por levar finlandeses para beber e comprar bebidas em Talin muito mais barato que não Finlândia.
Fomos brindados com um arco-íris diferente, começava e acabava no mar, tinha um arco raso, bem diferente dos outros que eu já tinha visto.
A ressaca da volta da Rússia, cobrou o preço de alguns, que dormiram a viagem toda…
As 12h30 chegamos em Talin, caminhamos até o começo do centro histórico da cidade, começou a chover, eu tinha que ir na rodoviária comprar nossas passagens para Riga na Letônia,
deixei o pessoal em frente a um restaurante.
Olhei pra cidade e vi uma torre alta, a mais alta, parecia o filme do shrek :
– Ela estava adormecida no quarto mais alto da torre mais alta do castelo guardado por um dragão…
Lá, nessa igreja seria o local de encontro, foi uma decisão arriscada, mas necessária, marcar sem saber!
Fomos eu, a Laís e a Ana, comprar as passagens, voltamos a igreja, lá estavam as malas e alguns viajantes, os demais estavam passeando, conforme combinado, porque ficaríamos apenas 4 horas em Tálin.
Fizemos um revezamento, cada um ficava 15 minutos.
Um movimento diferente acontecia na igreja, eu achei que era ensaio de um coral.
Em algum momento, ficamos eu, a Cecília, de 6 anos, e as 14 mochilas\malas.
Tudo certo, se não, entrasse um casamento, nossas bagagens estavam bem na frente da entrada, atrapalharia a entrada e apareceria em todas as fotos.
Chegaram três casal de padrinhos, com roupas diferentes, uma das moças me pediu pra tirar as bagagens, eu rapidamente tirei, fiquei no canto da igreja.
A movimentação que estava acontecendo eram os convidados, entrando pela porta lateral.
Assisti a entrada do casamento de camarote, a Cecília, no seu mundo de criança, pegou as mochilas e fez uma cabaninha.
Cecilia, em um momento sentiu fome, pegou uma latinha de batata frita, me ofereceu, salvou nossa fome! Antes de acabar, ela disse:
– Come, está acabando!
Mais algum tempo, chegaram os viajantes e foram de taxi para a rodoviária, eu o Assis, e o Valdinei, saímos pra dar nossa volta pela cidade, chuva forte, não atrapalhou!
Descendo pra praça central, passamos por uma porta, uma moça vestida com uma roupa medieval nos convidada pra entrar e ofereceu uma bebida grátis, entramos!
Uma cantina medieval, ambientada no ano 1300, tudo era de época, pedimos o que era mais rápido, porque tínhamos menos de 1h para chegar na rodoviária.
Sopa de carne, sopa de cogumelo, uma cerveja, e suco de maça, esse foi nosso menu.
Sopa e bebida em potes de barro, colher de madeira, suco de maça maravilhoso, a cerveja, mesmo eu não sendo especialista e bebendo muito pouco, tomei a melhor cerveja da vida, Assis e Valdinei tiveram a mesma opinião.
A sopa de carne e cogumelo tinham um gosto de passado, um molho diferente e maravilhoso.
O tempo foi passando, tínhamos que voltar do ano 1300 até 2017 em menos de 25 minutos.
Saímos pela rua, acreditando que rapidamente conseguiríamos um taxi, isso não aconteceu!
Uma rápida e desesperada descida pelas ruas da cidade medieval de Talin, nem uma carroça, nem carruagem, muito menos taxi.
O tempo foi passando, o relógio implacável, apareceu ele, um sorridente motorista com sua bela mercedes.
Dissemos que estávamos atrasados, ele só ria.
Em algum momento, perguntei o nome dele, o meu Marcos Pinheiro, o dele…
Margus Pinn, uma incrível “coincidência”!
Ele, meu xará o Margus, dizia, meu parente brasileiro!
As 16h55, chegamos na rodoviária, embarcamos para Riga!
Eram 12 lugares na primeira classe no ônibus, eu, o 13º elemento, fiquei na segunda classe, pelo menos no busão, os viajantes foram na primeira classe, eu, passei a vez!
No meio do trajeto, o motorista fez uma pequena parada, alguns dos viajantes, resolveram descer, o motorista queria seguir viagem eu disse que tinham 4 passageiros na rua, tive que me pendurar na porta para eles não seguir viagem!! Foi tenso!
As 22h20, chegamos em Riga, os taxistas não foram simpáticos, mas conseguimos chegar em nosso destino, parte do grupo foi para um hotel e outros para um hostel, ambos bem central.
Uma agitada vida noturna, bons lugares para comer em Riga.
6 de agosto domingo) – Riga – Vilnius
Pela manhã visitamos o belo centro histórico, a primeira coisa a chamar a atenção foi uma réplica da estátua, Os Músicos de Bremen ou Os Músicos de Brama, um conto escrito em 1812 pelos Irmãos Grimm.
A história se passa em um vilarejo onde vivem um burro, um cão, um gato e um galo, maltratados pelos seus donos, os abandonam e decidem seguir para Bremen, uma cidade onde pretendiam ser músicos profissionais e conquistarem a liberdade.
No caminho para Bremen anoitece e os animais avistam uma casa de luzes acesas.
Olham pela janela e dentro desta veem ladrões desfrutando do produto de seu roubo. Inocentemente, não percebem que se tratam de ladrões e apoiados nas costas uns dos outros, decidem cantar, na esperança de serem alimentados. A sua ‘música’ tem um efeito inesperado, os homens fogem, não sabendo a origem de tão estranho som.
Os animais tomam posse da casa, comem uma boa refeição e dormem.
Durante a madrugada, os ladrões regressam e um deles entra na casa para investigar.
Ao ver os olhos do gato brilhando no escuro, pensou que fosse brasas e inclina-se para acender uma sua vela.
Numa rápida sucessão de acontecimentos, o gato arranha-lhe a cara, o burro dá-lhe um coice, o cão morde-lhe as pernas e o galo afugenta-o porta fora, a bicadas e cacarejando.
O homem assustado se reúne com seus comparsas e diz aos companheiros que foi atacado por monstros: uma bruxa horrível que o arranhou com as suas enormes unhas (o gato), um fantasma gigante que lhe deu uma paulada (o burro), um ogro diabólico o esfaqueou e arranhou suas pernas (o cão) e, o pior de tudo, – um juiz lhe deu marteladas enquanto gritava “Prendam esse patife” (o galo).
Os ladrões abandonam a casa devido às estranhas criaturas que dela se apossaram e com a algazarra são descobertos e presos.
Os donos dos animais descobrem então que as coisas roubadas na casa são de sua propriedade e a população do vilarejo trata os animais como heróis.
Os amigos desistem de viajar até Bremen e decidem viver felizes naquela casa até o final dos seus dias.
Na estátua em Riga, reza a lenda que cocar em cada um dos animais, da 25 anos de sorte cada, a maioria das pessoas, consegue tocar no terceiro animal!
Entrar em um restaurante turístico, gasta-se em média, 15 euros, nos almoçamos crepe, 4 euros com direito a suco.
O segredo, que não é segredo é ir onde a população local vai!
O que mais me impressionou em Riga foi a Igreja de Santa Maria Madalena.
Para algumas religiões, uma prostituta, para outras, a esposa de Jesus.
Nessa igreja, uma grande pintura mostrava Maria Madalena recebendo a comunhão de jesus na santa ceia.
As 15 horas embarcamos para Vilnius, a mais desconhecida de todas as cidades que nós visitaríamos.
Na chegadas fomos saudados por um festival de balões.
Eu procurei hospedagens que ficassem perto das estações de ônibus, para o Fortuna Hostel, fomos caminhando, apesar do nome, foi o pior de todos os lugares que nós ficamos!
Já era noite, cada um se virou com sua comida, eu e o Valdinei ficamos tentando comprar a passagem de Varsóvia para Budapest, essa não podia falhar, pelo horário das Travessias do Mundial.
O grupo descobriu uma escola de massagistas, com massagem de graça, o Valdinei não foi, só pra me ajudar na compra das passagens…
No final das contas, ficamos até as meia noite e meia, e eu só consegui comprar a minha passagem.
7 de agosto(segunda) – Vilnius – Varsóvia
Descemos para o centro de Vilnius, poucos metros do hostel.
Entrei em uma Igreja Ortodoxa Russa, me deu aflição, um cheiro forte de incenso e três sacerdotes mumificados no meio da igreja, davam um ar….
Esquisito!!!
Todas estas cidades tem seus guetos judeus, o de Vilnius era pequeno, mas muito interessante.
As meninas mandaram uma foto de um belo castelo, retiramos as bagagens do hotel, colocamos na estação, contratamos um taxi e seguimos viagem,
45 minutos até o Reino de Trakai.
Um lindo castelo em uma ilha, um lugar especial, valeu muito a pena, o passeio inesperado.
Um belo museu com peças antigas, dava um toque especial ao desconhecido Reino de Trakai.
Comprinhas de mantimentos para a viagem, são 8 horas até Varsóvia.
As 14h embarcamos para Varsóvia, viagem tranquila, boas estradas sempre!
Chegamos a meia noite, em uma dificuldade com o GPS, demoramos pra encontrar o hostel, graças ao faro do Valdinei,
chegamos! Nesse hostel, as camas eram em forma de colmeia, muito interessante!
8 de agosto(terça) Varsóvia – Budapeste.
Nos encontramos as 9h na estação de trem, a grande maioria do grupo decidiu ir de trem para Budapeste, como eu já tinha comprado, fomos procurar a empresa, para comprar a passagem para o Valdinei.
Procuramos por todos os cantos de Varsóvia e não encontramos a flixbus, em um determinado momento, pegamos um sinal de internet o Valdinei conseguiu comprar uma passagem pra ele! Agora nos resta saber se a empresa existe…?
Tranquilos com as passagens na mão, fomos até a rodoviária, onde sairia nosso “possível” bus.
Deixamos nossas mochilas no guarda volumes, e saímos pra caminhar pela cidade, sabíamos que tínhamos que pegar o ônibus 517 ao lado da estação de trem!
Varsóvia uma cidade muito grande, as pessoas não são muito simpáticas, as pessoas com mais de 50 anos, raramente falam inglês, a maioria fala russo como segunda língua.
Bem diferente dos simpáticos descendentes poloneses que conhecemos no Brasil, saudade do amigo Ryzard Kowalski!!
O centro histórico era bonito, grande, mas, foi a cidade menos interessante de todas que passamos, eu não estava abem nesse dia..
Em algum momento vou falar mais sobre isso, mas essa era uma viagem peregrina, esse peregrina, sem nenhum vínculo ou referência com religião.
Esse dia parecia um dia peregrino, para confirmar isso, algo extraordinário deveria/poderia acontecer, comprar uma passagem no meio da rua, não justificaria um dia peregrino.
Voltamos pra estação de trem para pegar o ônibus 517, atrasamos um pouco, o ônibus demorou a passar, tínhamos que estar na rodoviária as 20h, 20h10 ainda estávamos na estação de trem, quando já tínhamos decidido pegar um taxi, apareceu o busão!
Dentro do ônibus, uma moça fez umas perguntas em inglês para o Valdinei, ele me chamou.
Irina, nascida em Belarus, mora em Tókio a 15 anos, logo me veio na cabeça, será que Irina traz a pista que estávamos esperando?
Eu perguntei, tu por acaso tem apartamento pra alugar em Tókio?
– Sim eu tenho ap pra alugar em Tókio!!
Será?
Poderemos viajar em três oportunidade para Tókio, 2019 no Mundial Master na Coréia, faremos a viagem Coreia e Japão, 2020 Olimpíadas, 2021 Mundial Máster de Natação.
Vamos saber se ela tinha a pista, em 2019, 20 ou 21, se ficamos no apartamento dela em Tókio!
Mas, chegamos na rodoviária, saímos correndo do ônibus, o Valdinei foi para o guarda volumes, eu na direção do ônibus, não fiquei com o contato da Irina…
Vi que o ônibus existia, o motorista tinha um celular com o nome dos passageiros, tudo dominado, voltei no saguão, falei com a Irina, quando cheguei o Valdinei estava segurando o ônibus, descontou aquela entre Talin e Riga.
Viagem tranquila até Budapeste.
9 de agosto(quarta) – Varsóvia – Bratislava – Budapeste
Pela manhã, uma parada de 10 minutos em Bratislava, o ônibus encheu, as 8h da manhã, chegamos em Budapeste.
De metro fomos até a estação que apelidamos carinhosamente de Corvina Negra, porque Corvin Negyed era difícil de gravar.
Na entrada do apartamento, nos encontramos com o Alejandro, dono do apartamento.
O prédio era de 1890, localizado em uma região que foi trincheira da segunda guerra!
A primeira impressão do apartamento foi a pior possível, 4 andares sem elevador, sem ar condicionado…
Nosso primeiro movimento foi buscar nossa credencial, pegamos o trambi, que passava a poucos metros do ap.
Descemos na Ilha Margareth, a piscina externa era casa do Polo Aquático, descobrimos ali que a credencial era na outra piscina, bem longe.
Aluguei um carrinho elétrico, fiz um carreto, levei alguns colegas mais pra frente!!!
Todos credenciados, encontramos a amiga Cris Donini.
Fomos assistir saltos ornamentais na piscina oficial do Campeonato Mundial.
A noite uma brisa refrescava nosso bunker….
10 de agosto(quinta) – Budapeste
Acordamos muito cedo, o trem dos atletas sai as 7h00.
No primeiro dia Lais, Lourdes, Silmara, Assis vão nadar, eu e a Doris e a Ariane, vamos torcer.
Nosso café da manha, foi no na calçada!!!
Desce, pega o metro, troca de estação, alguns atletas já eram denunciados, por suas roupas e mochilas, chegamos a Déli.
Duas horas de balanço, chegamos, um trem só para atletas, mais 500 metros caminhando, estávamos na entrada da área de competição.
Um belo balneário com marinas, bares, restaurantes, a mais bela orla que eu já vi, com uma estrutura de dar inveja!
Meu primeiro movimento no lago foi sentar na beira do cais, e colocar meu termômetro na agua, levei um susto e saltei pra trás, uma cobra vinha na minha direção.
Bom, deve ser um caso raro, deixei ela passar, sentei outra vez, coloquei o termômetro, incrível, mas, logo depois apareceu outra cobra.
Fiquei preocupado, mas, guardarei esse SEGREDO, para não assustar os demais nadadores.
Muitos amigos fomos encontrando pelo caminho, Renato Takeyama, Lucia Trillo, Brunini, Beth, Katia, Sven, Marcos, Cibeli, Cyrano, Cris, Enio, Juliana.
A mais emocionante das disputas foi protagonizada por Brunini e Assis, sendo decidida na batida de mão.
Parte da minha missão cumprida, de conduzir os nadadores até o Mundial de Natação.
11 de agosto(sexta) – Budapeste – Balaton – Budapeste
Perdi uma medalha no Campeonato Mundial de Natação Master na Batida de Mão!
Saímos de casa as 5h45, o caminho já era conhecido ate a estação Déli pályaudvar..
As 7h05 partimos.
Reencontrados, como Jaime Carranza da Costa Rica.
Segunda vez no Balaton!
O lago Balaton (em eslovaco Blatenské jazero), “lago barrento”, provável origem do nome; em alemão Plattensee; em latim Lacus Pelso) é um lago localizado na Hungria e o maior da Europa Central e Oriental, com uma superfície de 592 km². Seu comprimento é de 77 km e sua largura varia de 4 a 14 km. A superfície do lago situa-se a 104 m acima do nível do mar, e sua profundidade chega a 11 m (profundidade média 3,2 m).
Como a Hungria não tem costa marítima, o lago Balaton é às vezes chamado de “Mar Húngaro”. O rio Zala fornece a maior quantidade de água ao lago, e o canal Sió provê a saída de água quando necessário.
Entramos eu e o colega Valdinei, na área exclusiva, passar a credencial na catraca eletrônica, já era emocionante.
Primeira etapa era procurar meu número de competição, com o numero escrito na credencial, vamos para o chip e touca.
Tudo pronto, era só esperar a hora para ir para a Call Room.(sala de chamada).
Para nós que organizarmos eventos era bem importante estar ali, para poder avaliar de perto, cada etapa do mais importante evento de Águas Abertas para amadores no mundo.
Para atletas amadores e para um (não)atleta como eu, era o auge da carreira.
Chamaram no call room, o arbitro da instruções, a melhor parte foi ele dizer, pra ficar tranquilo e curtir, afinal era um campeonato Máster.
Eles colocam um número na bagagem e outro na credencial, entregamos a bagagem e ficamos com a credencial.
São chamados um a um, nesse momento me senti em uma olimpíada, chic!!!
Deixamos a credencial em um varal e entramos na plataforma de largada.
Acenei pras arquibancada, mesmo sem reconhecer ninguém, kk.
O vento estava no sentido arquibancada – largada, eu decidi largar mais pra esquerda.
Entrei na água e subi duas vezes na plataforma, água boa, 26 graus.
Todos em posição, segurando em uma corda e apoiando os pés na plataforma.
Uma bandeira anunciava que estava tudo certo, outra foi baixada no momento do tiro.
Minha estratégia de largada foi acertada, o vento me empurrou pra direção dos outros e eu demorei alguns metros pra ficar em ultimo….k
Com poucas braçadas, um caiaqueiro percebei meu potencial tukitukiano (referente a tuk tuk, nossa colega prefere ter uma visão geral de todas as provas que participa…k)
Um vento forte, formava marolas, a primeira perna de 1200 metros, a maior, vento contra.
Logo nas primeira braçadas, achei que não conseguiria completar.
Veio a primeira boia de orientação a 300 metros, na segunda, eu olhei pro caiaqueiro e fiz o sinal de positivo, ele sorriu.
Nessa hora lembrei dos amigos que em algum momento foram suporte no caiaque em nossas provas, Edvaldo, Alemão, Derik, Alexey, Nathan, Aldo, Mexiana, Fred, Isabel.
Na terceira boia de orientação, passa por mim o grupo que largou 15 minutos depois…
O trajeto até a primeira boia obrigatória não chegava nunca, mas chegou!!
O trajeto entre a primeira e segunda boia obrigatória era curto, as tinha muita marola, quando cheguei o segundo líder que largou 30 minutos depois, passou.
Agora era só descida!!!
A terceira boia era bem próximo as arquibancada com as cores da Hungria.
Minhas braçadas encaixaram com a marolas, e com minha pernada cruzada, ajudava a progredir.
No meio do trajeto passa o terceiro líder de onda, como chamadas as largadas.
Cheguei na terceira boia, agora era reta de chegada.
Ver o Assis e o Valdinei, deu alento e alegria.
Um grupo de espanhóis resolveu me dar força, fazendo movimentos a cada respiração.
Uma leve câimbra, coisa de “atreta”…
A poucos metros da chegada, passa por mim uma nadadora, muito rápido, me assustou, logo, mais uma, e mais uma, na batida de mão perdi o 5º lugar na categoria….(fem…k)
Estou pensando em entrar com recurso na FINA, porque a nadadora mexicana me “prejudicou”, tive que parar, perdi preciosos segundos.
Tenho como provar no vídeo da FINA a partir de 2h58m30 segundos.
https://www.youtube.com/watch?v=-JclCPPBjrc
Na chegada, aproveitei os louros da chegada em uma banheira de hidro massagem, disponibilizada pela organização.
Por sorte consegui uma medalha de participação, me custou muito caro….!!!!
Foi uma experiência única, participar de um evento grandioso como esse!
Aproveito pra anunciar minha aposentadoria em mundiais, um já está bom!!!!
Quero agradecer primeiramente a Léia e o Marcus Augusto, nosso filho.
“Segundamente”, aos viajantes que eu levei para o Mundial, eles também me levaram.
Assis, Lourdes, Lais, Luciane, Cecilia, Valdinei, Ana Grace, Mariana, Silmara, Leila, Doris, Ariane!!!
O trem ficou parado na estação, um assalto.
Um grupo de português estava no mesmo vagão conheci Rodrigo do Alentejo, ele ficou de me passar o calendário de eventos para futuras viagens!
12º Dia – 12 de agosto(sábado) – Budapeste – Praga.
Nesse dia, o grupo de divide em três:
Luciane e Cecilia foram direto para Praga de trem.
Lais, Lourdes, Doris, Valdinei, Ana e Mariana, vão de trem até Bratislava, passearam, almoçaram e foram de barco até Viena, de lá de trem para Praga.
Eu, Assis, Ariane, Silmara e Leila, fomos torcer pela colega Ariane nadar!
Trouxemos nossas mochilas e tentar ir do lago direto para Praga, mesmo todos os húngaros dizendo que o caminho para Bratislava era via Budapeste, como eu não gosto de voltar, decidi tentar cortar caminho.
Um vento forte, fez a organização acertadamente diminuir o percurso e fazer duas voltas.
Para minha surpresa, Ariane veio me falar sobre a cobra, alguém deu com a língua nos dentes, porque eu contei no segundo dia sobre a cobra.
Um dia vou descobri quem foi….
Encontre com a amiga Judith, que eu conheci a 22 anos na cidade de Antuérpia na Bélgica.
Judith, foi a única que disse que seria possível fazer o roteiro que eu pretendia, inclusive os pais dela moravam na primeira cidade do roteiro.
Fim da minha principal missão nessa viagem, todos nadaram no Mundial de Natação!
Um vento forte fez a organização, diminuir e fazer em duas voltas o percurso.
Acabou a prova, partimos para nossa viagem, primeiro percurso foi feito de taxi até a cidade de Veszprém, foram 20 minutos de viagem.
Paramos no terminal de ônibus, por sorte a nossa, em poucos minutos, tinha um ônibus para Gyor nosso próximo objetivo.
Podemos conhecer o interior da Hungria, nenhum sinal de pobreza, cidades organizadas.
Gyor, uma cidade media, paramos na rodoviária, mais uma sorte, em 10 minutos passa um ônibus internacional, da mesma empresa que levou eu e o Valdinei para Budapeste.
Muito mais rápido que pensávamos, estávamos em Bratislava.
Em vários momentos em nossa vida, a parte difícil tiramos de letra, acabamos nos complicando em detalhes mais simples.
Chegamos cedo em Bratislava, fomos para a estação de trem, onde, em teoria, seria mais fácil chegar em Praga, bom, não foi o que aconteceu.
O trem partiria somente as 23 horas, decidimos por esperar.
O trem chegou, todos correram para pegar lugar, já que o trem chegou lotado de outra cidade, com cabines cheias e pessoas dormindo.
Uma situação incômoda logo no começo, um casal com um carrinho de bebe, impedia as pessoas de passar pra outros vagões.
Aos poucos a situação foi se acalmando, a Leila logo conseguiu uma cabine, eu fui “brigando” aqui e ali, consegui lugar pro Assis, Silmara e Ariane, fiquei no corredor, eu, o carrinho de bebe e um cachorrinho.
Deitei no chão e dormi! No meio da noite, veio o “pica”, como é chamado em Portugal o guarda do trem, que vem obturar\picar o bilhete, cobrar 5 euros da reserva do trem, eu perguntei:
– Voce vai me cobrar a reserva, aqui nome meu corredor\ camarote, ele com um ar de envergonhado, disse que não!
13º Dia sábado 13 de agosto(domingo) – Praga
Por volta das 4 da madrugada, chegamos a Praga, na portaria do hotel nos informaram que, os homens foram deslocados para o outro hotel da rede, nos levaram, eu e o Assis, já que o Valdinei já estava lá.
Um de nós, caiu da cama, sonhando com a Tcheca….k
Com o aprendizado em inglês do aplicativo duolingo, Valdinei conseguiu barganhar um café da manhã, pela mudança de hotel, um café excelente!!!
Saímos, o trio caminhar sem pressa e sem destino pelas ruas lotadas de turistas de Praga.
Em vários momentos dava agonia a horda de turistas…
Nosso hotel ficava na entrada do centro histórico, a mudança no final, foi ótima.
Trajeto tradicional relógio, ponte, quando subíamos para o castelo, eu sugeri que saíssemos da trilha turística, para encontramos um lugar pra comer, seu certo,
paramos em um tradicional restaurante Tcheco, uma comida excelente, parecia uma coxa de porco caramelizada, uma cerveja de 1564, valeu demais!!!
Subimos para o castelo, vimos de tudo um pouco.
Uma das mais engraçadas é uma estatua que representa o fim do comunismo um jovem nu olhando pra frente.
As pessoas que conviveram com o comunismo, seguram no penis e choram. Acabou viram um simbolo de sorte,
é comum ver as mulheres segurando, se tanto segura foi lustrando o objeto….
A descida proporciona bela vista e muitas expressoes de arte, a que mais emovionou foi uma moça tocando arpa e cantando a música aleluia, valeu o dia!!!
Na última noite em terras europeias, fizemos uma reunião no hotel.
Eu agradeci a todos que acreditaram nessa viagem tão intensa de muito aprendizado, todos voltamos diferentes, certamente, pessoas melhores!!!
Me lembro das palavras da Doris:
– Obrigado por ter me trazido!!!
A Lourdes me cobrou que esse grupo não tinha nome, ela sugeriu, O Segredo da Cobra, acabou ficando O SEGREDO DO LAGO!!!
Quando passamos por momentos tão intensos como foi essa viagem, fica uma amizade forte entre o grupo, parte do grupo está na lista da viagem de julho de 2018.
14º Dia sábado 14 de agosto(segunda) – Praga – Brasil
Saímos do Hotel as 4h30, embarque em Praga, as 7h00, a Czech Air, é a pior companhia do mundo, cobra até agua!!!
Escala em Amsterdan, aeroporto lotado, deu tempo, chegamos no embarque.
Uma adolescente passou máu, uma médica atendeu voluntariamente, fez um lindo trabalho, de missão mesmo, o nome dela é Bruna, medica da família do Rio de Janeiro.
O avião fez uma escala não programada em Recife, desceram a menina e os pais.
Partimos 45 minutos depois, chegamos as 17h30 em Guarulhos.
Fim de nossa 29ª viagem pelo Mundo das Travessias.
MUITO OBRIGADO AOS VIAJANTES, COM TODOS APRENDI!!!
1 – Assis
2 – Valdinei
3 – Lourdes
4 – Lais
5 – Doris
6 – Luciane
7 – Cecilia
8 – Ariane
9 – Silmara
10 – Ariane
11 – Ana Grace
12 – Mariana
OBRIGADO PELA COMPANHIA E PELA PARCERIA!!!
Quero destacar três viajantes!
Cecilia, do alto de seus 6 anos, foi parceira e brincou com todos!
Ana, não se abateu com uma séria lesão no joelho, seguiu viagem sorrindo!
Assis, parceiro de sempre, companheirismo e alegria o tempo todo!
Até a próxima aventura nos mares da vida!!!!
Marcos Pinheiro